sábado, 11 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P6972: Patronos e Padroeiros (José Martins) (14): C.T.O.E (Centro de Tropas de Operações Especiais) – Nossa Senhora da Conceição

1. O nosso Camarada José Marcelino Martins, (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais uma mensagem, com data de 10 de Setembro de 2010, da série “Patronos e Padroeiros do Exército”:
Patronos e Padroeiros do Exército
C.T.O.E (Centro de Tropas de Operações Especiais) – NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

Memorial aos militares da Unidade (Caçadores Especiais, Comandos e Rangers), falecidos nas campanhas de África - C.T.O.E. © Foto José Félix

A Imaculada Conceição, comemorada em 8 de Dezembro, é invocada como Padroeira de muitas organizações. Foi definida como uma festa universal em 1476 pelo Papa Sisto IV. A Imaculada Conceição foi solenemente definida como dogma pelo Papa Pio IX em sua bula Ineffabilis Deus em 8 de Dezembro de 1854.

Nas instalações onde foi criado, em 16 de Abril de 1960, pelo Decreto 42926, o Centro de Instrução de Operações Especiais [hoje, Centro de Tropas de Operações Especiais], existe a Igreja dedicada a Nossa Senhora da Conceição.

Sob a sua invocação, foi criada a Irmandade Militar de Nossa Senhora da Conceição que, após a sua investidura de novos membros, dirigem-se à parada onde, durante as homenagens militares prestadas aos militares caídos no Campo da Honra, rezam a Prece dos militares Rangers:

Dai-nos, Senhor, tudo aquilo que nunca Vos é pedido.

Não Vos pedimos o descanso, nem a tranquilidade do corpo, nem tão pouco a do espírito.

Não Vos pedimos riqueza, nem o êxito e as honrarias, nem sequer o reconhecimento dos homens.

De tudo isto, que insistentemente Vos pedem, talvez quase nada já Vos reste.

Dai-nos, pois, ó Deus, o que ninguém quer, o que todos rejeitam:

A insegurança, a incomodidade, a inquietude, a tormenta e o risco. A vereda estreita e agreste que vai até Vós.

Concedei-nos isto, nós Vos suplicamos, definitivamente, porque a fraqueza, fruto do egoísmo humano que em nós existe, talvez nos tire a coragem de o solicitar de novo.

Dai-nos, Senhor, o que Vos sobra, aquilo que ninguém quer, nem sequer Vos pedem mas, dai-nos, ao mesmo tempo, o valor, a vontade, a força e a fé que temperam a alma do soldado na grandeza da sua servidão.

Por ultimo, Vos rogamos, ó Senhor, por aqueles que, de entre nós, em todos os tempos, caíram no campo da Honra e derramaram o seu sangue pela Independência e Liberdade da Pátria.

Nós Vos pedimos, ó Deus dos Exércitos, que, no Vosso Seio, repousem na paz eterna as almas destes bravos.

(Adaptação feita pelo Tenente Coronel António Cor. Feijó, sobre um tema de uma poesia do General Mac Arthur - C.I.O.E. em Lamego, Junho de 1986)

José Marcelino Martins

Fur Mil Trms da CCAÇ 5

__________

Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

26 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6788: Patronos e Padroeiros (José Martins) (13): Avós - Santa Ana e S. Joaquim

3 comentários:

José Marcelino Martins disse...

O vídeo foi uma agradavel surpresa!

Anónimo disse...

É verdade José Martins!

Agradável, e interessante.

Quem sabe se por esse motivo andei eu a chatear meio mundo?

Tudo resolvido! Tudo nos conformes.

É claro que o que se escreve num momento, deve ficar pois o que vem a seguir já não tem a força do embate da inspiração.

De qualquer forma, o comentário que voou, (estas coisas da informática pregam-nos estas partidas)era principalmente para te agradecer, não só este Post sobre Nossa Senhora da Conceição, mas todos os outros que aqui tens mostrado sobre os Patronos das Nossas Armas.

Pode parecer a muita gente coisa sem importância, mas toda esta ligação à Igreja e religiosidade, têm fundamentos Históricos muito profundos desde os primórdios do Cristianismo e nós desde a Fundação da Nação que somos até aos nossos dias.

Se passarmos em qualquer Monumento ou Igreja do nosso País, lá estará de certeza, um sinal de agradecimento de antigos Combatentes ou Famíliares.

Para conhecer os Homens e sua sensibilidade, muitas vezes basta encontrá-los em determinados locais em que o companheirismo, a camaradagem e amizade os leva.
Tenho tido a honra de te encontrar em locais que por vezes eu não sei qual a força que lá me conduz.

Encontrei-te lá!

Isso é muito importante para a consideração que te tenho.

Bem vamos à Padroeira do Centro de Operações Especiais Nossa Senhora da Conceição.

Pois é D. João IV tirou a coroa e po-la na cabeça de Nª. Senhora ali em Vila Viçosa e por decreto lei de 25 de Março de 1646 foi proclamada Padroeira de Portugal.

Bonito!

Isto tudo, porque a minha pequenina aldeia ali na Planície que foi aldeia da Conceição e só há alguns tempos passou a Vila Fernando, tem como Padroeira Nossa Senhora da Conceição.

Todos os dias 8 de Dezembro lá estou na minha pequenina aldeia e ainda colaboro nos festejos, como fazia meu avô materno João Fitas há mais de 100 anos.

Obrigado José Martins por este pedaço que deste da nossa História.

Um abração,

Mário Fitas

afag43 disse...

Meu caro Camarada
Sou o autor da adaptação que deu a prece dos militares de Operações Especiais, a que me honro de pertencer. Sou também o Presidente da Irmandade Militar de Nossa Senhora da Conceição, Irmandade constituída por militares e civis, homens e mulheres, não só portugueses como de países amigos e aliados. A IMNSC pertence à Diocese de Lamego, mas tem algumas delegações (a constituir-se ou em vias disso) em algumas regiões do nosso País, de Espanha, França, Itália, Alemanha, Bélgica, Estados Unidos e Brasil. Dela fazem parte militares dos três ramos das FFAA. Uma das cerimónias marcantes das nossas investiduras é o acto de colocarmos no altar o LIVRO DA PÁTRIA onde se encontram os nomes de todos os camaradas que morreram em combate durante o século passado (e são milhares, como há-de calcular)e, após a cerimónia religiosa, na parada interior do CTOE, assistirmos à Cerimónia de Homenagem aos Mortos, junto do memorial ali existente e que foi concluído em 1998. A IMNSC foi criada em meados do século XIX, com o nome apenas de INSC. Nos finais do século passado, com autorização do Bispo da Diocese, foi restaurada e reorganizada, assumindo a vertente castrense, plasmando nos seus estatutos as nobres virtudes militares.
Perdoe esta minha intromissão, mas apenas pretendo complementar a informação que deu.
Com os melhores cumprimentos
António Feijó