sábado, 4 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P6934: Memória dos lugares (96): Tavira, Quartel da Atalaia, CISMI (Carlos Cordeiro / Manuel Maia / Pereira da Costa)



Tavira > Quartel da Atalaia onde funcionou durante meio século, de 1939 a 1989.  o CISMI... 

Foto: Cortesia de Wikipédia

"O Quartel da Atalaia, situado na freguesia de Santiago, em Tavira, foi mandado construír no ano de 1795, pelo Governador General do Algarve, o Conde de Vale dos Reis, Nuno José Fulgêncio de Mendonça Moura Barreto. Para este quartel veio o denominado Regimento de Infantaria nº 14 (R.I.14), da cidade de Faro.

"Por volta de 1837, e pela extinção do R.I.14, devido ao apoio dado a Miguel I de Portugal durante as Guerras Liberais, é colocado neste quartel o Batalhão de Caçadores nº 5, substituído dez anos depois pelo Batalhão de Caçadores nº 4 (B.C.4). Este último batalhão é transformado, anos depois, no Regimento de Infantaria nº 4 (R.I.4), que regressa a Faro em 1915.

"Em 1917, durante a 1ª Grande Guerra, parte de Tavira, para combater em França, um Batalhão do R.I. 4. E em 1926, como resultado de diversos pedidos ao Governo, o R.I.4 regressa a Tavira, ficando nesta cidade até 1939, voltando neste ano a Lagos.

"No ano de 1939, o Quartel da Atalaia recebe o Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria (CISMI), para formação de sargentos, que se mantém até final da Guerra Colonial. O CISMI é extinto em 1989, e integrado no Regimento de Infantaria de Faro".  
(Fonte: Wikipédia)



Comentários seleccionados ao poste P6919 (*)

1. Caro Carlos Carlos Cordeiro:

Três anos depois [de ti], calhou-nos a dose "reforçada" de queda na salaina...

Curiosamente o alferes do meu pelotão , Diogo, foi mais tarde meu colega de trabalho (, vendedor na mesma firma onde exerci essa actyividade...).
Praticamente só de um dos que lá estiveram comigo, recordo o nome: Manuel Rita Francisco, que creio era da Luz de Tavira, e do Cabo Mil Eusébio.

Abraço.
Manuel Maia, 2 de Setembro de 2010.



2.  Caro Carlos Cordeiro, também estive no 1.º turno de 1968 no CISMI mas a tirar a especialidade de Reconhecimento e Informação. Também andei nas salinas e só este ano quando fui ao Algarve tive coragem de ir ao CISMI, que está igual , mas agora com militares femininas de sentinela e falando com elas, recordando que tinha lá estado há 42 anos, um sorriso de indiferença foi o que ganhei. São outros tempos, sem ver o Ten Robles a saltar do 1.º andar depois de gritarem : 
- Robles,  vem atender o telefone.

Tenho uma fotografia com alguns camaradas fazeendo de Policia da Unidade. Também me interrogo do que foi feito deles!?. Depois daqui fomos para Lamego para o CIOE e ainda encontrei um ou outro. Que lhes aconteceu ?

 Estive na Guiné no Leste e não foi nada bom. Os amigos Helder e Luis Borrega foram-me render. Já nos juntamos e comemoramos. A vida é assim de surpresas. Um grande abraço de amizade e solidariedade. 

Pereira da Costa, 3 de  Setembro de 2010.

3. Antes da passagem do poste para a 2.ª página, um abraço aos amigos que fizeram o favor de comentar. Infelizmente, não apareceu ninguém daquele pelotão. Mas como o poste fica arquivado, pode ser que um dia... 

O Manuel Maia foi "visitante" como eu e muitos milhares de jovens das salinas, assim como o Pereira da Costa. Nunca mais voltei ao CISMI. Não por qualquer ressentimento, mas por não se ter proporcionado a ocasião. E tu, Manuel, voltaste lá?

Lembro-me bem do Robles (acho que o chamávamos de Tenente Trotil, não é verdade?) e depois, julgo que já na especialidade, do capitão Robles. Ambos fui depois encontrar no CIC.
O que era pior no CISMI era o rancho e os cheiros do refeitório, bem como a falta de água. E também o frio de manhã e à noite.

Na instrução nocturna de orientação, de tão solidários que éramos, todos a quererem ajudar... a minha secção regressou ao quartel já de madrugada, quando o aspirante (ou o oficial de dia, não me lembro) já estava à rasca sem saber o que tinha acontecido. 

Lembro-me também de ter ido, com camaradas açorianos, aos bailes de Carnaval no Clube de Tavira, julgo que era assim que se designava. Até à meia-noite podia estar-se de máscara; a partir daí ou se tirava a máscara ou se saía. Perdi o meu par... 
Bailes bem à moda tradicional, com as mães e avós sentadas (de vigia) à volta da sala e os pais, certamente, no bar.

Um abraço amigo,
Carlos Cordeiro, 3 de Setembro de 2010


______________

Nota de L.G.:


4 comentários:

Pereira da Costa disse...

Carlos Cordeiro é bom rever o CISMI. Também tirei fotografias que as publicarei quando fizer a selecção de todas as férias mas só depois da minha última saída dia 22deste mês.
Sobre a orientação as pedras a dividir as terras eram todas iguais e a orientação para os pontos das patrulhas nocturnas nujma das vezes foi desastrosa, talvez de propósito para nºao irmos de fim de semana e seja possível a que acabas de contar.
A vez que friso aconteceu a todas as companhias, pois quando chegamos a um determinado sítio começou a juntar-se o pessoal todo à procura do ponto de contacto, sem o descobrirmos. Como o tempo foi passando e a manhã aproximava-se sem o problema resolvido começamos a aceitar corte de fim de semana. Resolução viemos a direito até ao quartel, saltando muros e quintais e roubando para tudo onde podia caber as apetitosas laranjas. Chegamos ao quartel julgo que já de madrugada e com os armários repletos de laranjas fora as que já tinhamos comido.
De manhã acordaram todo o quartel e mandaram formar. Ningu+em desconfiava porquê; mas era estranho que junto à entrada do quartel havia uma quantidade enorme de civis. O Comandante falou e os donos queriam oitenta contos pelo que prejuízo que tinha tido com o roubo das laranjas e julgo que ainda tivemos de devolver as que ainda tinhamos nos armários, pois foram lá os cabos milicianos da instrução. Não fomos de fim de semana não sei quantos mas não pagamos nada. Não terá sido esse caso que aconteceu contigo.
Carlos reforços nos torreões virados para o mar, amigo era duro nem o capacete salvava. Era bom quando faziamos reforço no torreão da casa do Comandante pois sempre passava a filha e davamos uns mirones. Tantas estórias, bailes, ir buscar as miudas a saída da missa... Belos tempos.
Um abraço e vamos recordando

José Marcelino Martins disse...

Também sou do 1º Turno/1968 (Especialidade de Transmissões), mas passava pouco tempo no quartel.
Sempre que podia "desenfiava-me" para casa da D. Rosa, e da sua filha, D. Cesaltina, ao tempo já com uma idade a rondar os 70 e 50 anos, aproximadamente, pois nela estava aboletado, e sempre me podia deitar, o que não acontecia no quartel.

Anónimo disse...

Fiz o 1ºTurno no CISMI,Julho 67.De_
pois rumei à E.M.E.M.Paço'Arcos.Com
uma valente"porrada"às costas,fui
formar Batalhão ao R15.Fui para Mo_
çambique quase a fazer 23 anos.Co_
nheci muito bem os Tenente Robles e
Alferes "Trotil",visto um e o outro
não serem a mesma pessoa.O Alferes
"Trotil"era assim conhecido, porque
era instrutor da Especialidade Mi_
nas e Armadilhas.Quebrando as re_
gras do bom senso e da disciplina,
tinha o hábito de quando era neces_
sario utilizar detonadores Piroté_
cnicos, em vez(como mandam as reg_
ras)de apertar atrás das costas e
com o alicate usado para esse fim,o
cordão detonante na gola do detona_
dor,apertava-o com os dentes?!...
Não fui de M.A.,mas nas aulas sobre
explosivos,foi ele a ministrar-nos,
daí eu ver aquelas "proezas".Diga-se em abono da verdade que, nos
disse sempre,meus "senhores façam
como vos digo,não façam como eu faço".O meu instrutor foi o Alferes
Romano Pires,bom "técnico"mas mili_
tarista e inacessível.Daí a minha
"porrada".
Carlos Nabeiro-Moçambique-B.Caç2842-C.Caç2357-1968/70.

Unknown disse...

Estive na Guiné de 70 a 72.Conheci o Cap ROBLES quando fiz a recruta em Tavira.
Quando cheguei á Guiné o Cap Robles era o Guarda Costas do Gen Spinol,porque ja não tinha Companhia,destruida em combate.

Um abraço