quarta-feira, 3 de março de 2010

Guiné 63/74 - P5924: Notas de leitura (72): Lugar de Massacre, de José Martins Garcia (Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos* (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 1 de Março de 2010:

Queridos amigos,
Acabo de confirmar o talento literário do José Martins Garcia.
O Jorge Cabral tem que o ler, está aqui um parodiante ao seu nível, é a guerra no bota abaixo, gente trauliteira, copofónica, a verdadeira, a genuína, a incomparável luta de classes entre milicianos e malta do quadro permanente. Não percam.

Foi um presente do José Grave, em breve teremos mais José Martins Garcia, em toda a sua pompa e circunstância.

Um abraço do
Mário


O massacre de toda uma geração

Beja Santos

Se Armor Pires Mota é o primeiro nome da literatura da guerra colonial na Guiné nos anos 60, José Martins Garcia impôs-se como o nome cimeiro dos anos 70. Dele escreveu Álvaro Manuel Machado: “Romancista, contista, poeta, ensaísta e dramaturgo, a sua obra está intimamente ligada, por um lado àquilo a que poderíamos chamar a “açorianidade”, na melhor tradição de um Vitorino Nemésio (de quem é um dos mais consagrados estudiosos) e, por outro lado, a um dramático e ciclicamente presente memorialismo da guerra colonial, dramatismo sempre compensado por um rigorosa lucidez crítica e por um sentido muito pessoal da sátira levada ao extremo da caricatura. Assim, com o romance Lugar de Massacre (1975) ou com os contos de Morrer Devagar (1979), que de certo modo prolongam este romance, José Martins Garcia foi dos primeiros a evocar o “massacre” da guerra colonial como destruição interior de toda uma geração”.

Lugar de Massacre é um livro soberbo (Edições Salamandra, 3.ª edição, 1996). É difícil acreditar que haja prosa mais niilista, corrosiva e grotesca que a que ele utiliza na construção dos personagens, dos ambientes e atmosferas, nos diálogos entre guerreiros, até nas circunstâncias do quotidiano. Martins Garcia usa a exaustão o non sense como metáfora, a relação entre chefes e subordinados decorre habitualmente entre o despotismo, a orgia sexual e a bebedeira que culmina no embrutecimento e até mesmo na hospitalização. É um livro autobiográfico, como ele próprio anota: “Este romance foi redigido entre o mês de Dezembro de 1973 e o dia 8 de Setembro de 1974. Qualquer coincidência com a realidade colonial dos anos 1966 – 1968, no que respeita à Guiné-Bissau, não é produto do acaso”. O personagem principal é Pierre Avince, que nada tem a ver com o jovem conde d’Avince, seu camarada de armas, este é um lídimo representante do antigo regime, dos bons usos e costumes. O conde vive do aparato, é paspalhão, veio convencido da sua missão de soberania. No fundo, é menos que medíocre, as suas farroncas, a sua prosápia, denunciam-se quase instantaneamente. Como representante da velha ordem, o conde não se conforma com o pandemónio em que vivem os seus camaradas, os seus palavrões, as sua falta de maneiras, o seu beber desatinado. Pierre Avince é o anarca consumado, trata o conde d’Avince por monarqui-cozinho, separando bem os dois blocos fónicos. A descrição do Quartel-General é de que ali reina a demência e a disciplina chocarreira: ali preside Sua Alteza (será o comandante militar?), o chefe de Pierre Avince é o capitão Pássaro que bem cedo se apercebe a permanente dor de cabeça que lhe trarão estes novatos. A discussão acesa entre os dois Avince não tarda a rebentar:

“O conde d’Avince deambulou um pouco e meteu-se no quarto. Pierre começou um discurso, pastosamente:

– Um dos piores defeitos da nossa colonização é o anacronismo. Transpõem-se para os colonizados valores caídos em desuso. Neste aspecto, a cultura é como a maquinaria: só se vende aos subdesenvolvidos a tralha que deixou de dar lucro. Quando derem a estes gajos uma fábrica de armamento, é porque já foi inventada, para os deuses, uma forma superior de destruição, o armamento fluido, o raio da morte. Quando os civilizados deixam de ligar à moral de entrepernas, a moral de entrepernas é exportada para outras latitudes. Isto é o mundo que a Europa criou. A Europa e o seu falso pudor…

– Não posso consentir! – gritou o conde”. Como sempre, Pierre insulta o conde, que recua, indignado. É nisto que chega o conde d’Enxeque, o bródio acelera-se. Pierre parte para Catió, os dois condes andam desaustinados, naquele Quartel-General, os desvios sexuais não param. Também não é por acaso que o livro é dedicado “a todas as vítimas da paranóia e da incompetência dos déspotas, caídas para nada no campo do dever e do absurdo”. De vez em quando Pierre vem até Bissau onde a relação entre os dois condes atingiu o desregramento total. Acabamos por perceber que Pierre é oficial das transmissões e que anda de aquartelamento em aquartelamento a tratar das ditas.

É nisto que ele vai parar à Ponta do Inglês, temos aqui algumas da páginas mais brilhantes, indispensáveis, do romance. A Ponta do Inglês é uma posição praticamente indefensável, os transportes entre o Xime e aquele destacamento junto do rio Corubal estão interditos: “A única saída era à beira-rio, se a Marinha tivesse tempo ou propósito dali mandar uma lancha. Mas constava ninguém apreciar essas paragens que, bem interiores ao mapa da Guiné-Bissau, constituíam na realidade o último enclave do ocupante, tomando por referência o largo afluente de nome Corubal. Daí para Sul – dizia-se –, embarcação que ousasse adiantar-se saía rendilhada de bala inimiga, como já se provara. E em terra, nas picadas que tinham ligado a Ponta ao Xime e ao Xitole, o matagal apagara o trilho humano, dando por zero a parte colonizadora da civilização.

Havia três meses que aqueles Destacamento de quarenta humanos ali encontrara abrigos e arame farpado e ali se exercitava na espera, numa inquietação sem finalidade senão a de sonhar a evasão. Para além da vedação, percorriam, bem armados, uns cinquenta metros, para alcançarem água vagamente potável, tendo o cuidado de se abastecerem pela manhã, visto já terem notado, na lama fresca, pegadas de pé descalço… Reinava o sol sobre os perdidos defensores da cerca e então algum sorriso lhes sublinhava as falas. Mas vinha a noite e os receios aos montes acidulavam os gestos com que baralhavam as sebentas cartas e as davam a rostos apreensivos de tanto jogarem sem uma só certeza. E quando o vento sarcástico da história lhes fundia mais uma lâmpada amarelenta, falavam de socorro e reabastecimento, culpando da solidão e da escassez de tudo o encarregado das transmissões, incompetentes em horas de exploração ganindo apelos junto ao rádio perro, para nada senão raivar de nervos”. Confesso que me emocionei a ler a reler estes trechos. Várias vezes fui à Ponta do Inglês, nessa altura (1969, 1970) ali perto se acantonava população que lavrava as bolanhas entre o Poidom e a Ponta de Luís Dias, terra fértil de onde vinha o arroz que alimentava uma boa parte dos quartéis do PAIGC da região do Corubal. Ali fui, pelo menos duas vezes, com o Luís Graça e parte da CCaç 12. Eram itinerários muito perigosos mas a beleza do Corubal, de deslumbrante, contrastava em flagrante com uma qualquer iminência de desforço com o recurso das armas. Percebe-se a solidão daqueles homens, a vontade de transgredir, os tiros nocturnos para afugentar os silêncios da floresta envolvente. Com os nervos sempre em franja, ouvindo as flagelações ao longe, dentro de qualquer Ponta do Inglês a alucinação espreita.

Depois, Pierre Avince partiu para São Domingos (sempre o assunto das antenas, ninguém quer viver com as transmissões fanhosas ou silenciadas), prossegue o despautério, perde imenso dinheiro no jogo na vila transformada em caserna e onde tudo ameaça apodrecimento: “Para tomar banho, Pierre teve de permanecer ao lado de um grande monte de excrementos, porque o duche se situava ao lado de uma retrete alemã cujos mecanismos se haviam estragado. De modo que saiu do banho com a impressão de ser ter sujado nos problemas de toda aquela guerra idiota”. De São Domingos segue para Sedengal e depois Ingoré. Curioso, acompanha o médico a Suzana quando aqui se declara a peste. Depois um jipe acciona uma mina, há um morto e vários feridos. Pierre, que caminha para o fim da comissão, é já uma esponja que absorve todo o álcool, recolhe aos serviços de psiquiatria, temos aqui novamente páginas fulgurantes que atestam o elevado recorte literário de Martins Garcia. Pierre é a personagem do massacre, a tal destruição interior, o cérebro inerte e um corpo disposto a todos os desmandos. Embrutecido, não deu pelo Maio de 1968, está desinteressado de tudo, sente-se louco de condição, depois a comissão termina, toda a vida de Pierre vai ficar marcada indelevelmente por aquele lugar de massacre.

Tenho para mim que este romance é o acontecimento principal da literatura da guerra colonial na Guiné dos anos 70. Vale a pena falar a seguir dos contos de Morrer Devagar que comprovam o elevado talento deste escritor da Ilha do Pico que nos deixou em 2002.

Este livro foi-me enviado pelo nosso camarada José Grave, de Ponta Delgada. Agradeço-lhe do coração a lembrança, já lhe incumbi nova missão, a de desencantar obras de Álamo de Oliveira e de Umberto Bettencourt, outros dois camaradas nossos que escreveram sobre aquela guerra.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 26 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5888: Notas de leitura (71): Além do Bojador, romance de estreia de Manuel Fialho (Beja Santos)

10 comentários:

António Graça de Abreu disse...

O Beja Santos fala na população guineense que alimentava de arroz os "quartéis do PAIGC da região do Corubal. Ali fui, pelo menos duas vezes, com o Luís Graça e parte da CCaç 12." Quartéis???... E o Luís Graça também foi aos quartéis?

Quanto ao livro do José Martins Garcia, tão datado, tão datado, foi concluído em 1975! Basta concordar, como faz o Beja Santos, com as palavras de Álvaro Manuel Machado (um homem que, creio, desertou e nunca foi à guerra) e que fala na "guerra colonial como a destruição interior de toda uma geração."
Que a guerra da Guiné nos marcou para sempre, é a clara verdade, para o bem e para o mal. Agora "destruição interior de toda uma geração" é um abuso. Apesar das vias tão obtusas e travessas, tenho hoje honra em ter pertencido
a essa geração e a Guiné, apesar do sofrimento, não me destruiu, ajudou-me a construir, a conhecer melhor o mundo e os homens.
Porque existe este blogue?
Eu, sei, também a blogoterapia... terapia para quem está doente. Mas nós portugueses, adoramos doenças, as reais e sobretudo as fingidas, o choradinho, o fado, até as lamúrias intelectuais.
O que nos une, nos encontros da Tabanca Grande, da de Matosinhos, da do Centro, da da Linha? "A destruição interior de toda uma geração"? Não. É o gosto de estarmos bem vivos e actuantes, a alegria de comungarmos vivências e amizades, de nos sentirmos quase irmãos, não na "destruição interior" mas na arte quase serena de, depois uma guerra, saber envelhecer.
Abraço,
António Graça de Abreu

Joaquim Mexia Alves disse...

Dizes tu, caro Mário, a terminar «outros dois camaradas nossos que escreveram sobre aquela guerra.»

Bem mas este sujeito que escreveu este livro não escreveu sobre a guerra!!!

Pelo menos não escreveu sobre a guerra da Guiné!

Escreveu sobre uma guerra que ele inventou, num qualquer delírio literário, do qual não discuto o valor pois para tal não tenho conhecimentos.

Não li e não lerei semelhante livro, pois por aquilo que descreves insulta-me e insulta os combatentes da Guiné, sejam eles do quadro ou milicianos.

Ou então entendi tudo mal, mas eu sou um pouco burro!

Um abraço camarigo para ti e para todos

Joaquim Mexia Alves disse...

E digo mais ainda, concordando com o Graça de Abreu!

Não vi, não vejo, nenhuma geração destruída, antes pelo contrário, vejo uma geração que sofreu e muito, mas lutou e continua a lutar com toda a dignidade e verticalidade, agora até dando um passo em frente para ajudar aqueles que infelizmente, esses sim, foram duas vezes "destruídos", uma durante a guerra e por força dela e outra perante a indiferença a que ainda são votados.

Mais um abraço camarigo para todos

Torcato Mendonca disse...

Olá Camaradas de Armas

Só um breve comentário.

1 - Assuntos pendentes entre camaradas ou se resolvem logo ou se agravam com o arrastar do tempo...

2 - A Ponta do Inglês foi desactivada em Dezembro de 67 ou Janeiro de 68. Os últimos, foram militares da CART 1746 do Xime( Capitão Vaz) e BART 1904 de Bambadinca.
Toda aquela zona ( Poidom,Baio, Ponta do Ingles até ao Fiofioli) foi "corrida" pelas NT- Agrupamento Norte - durante a Lança Afiada, Março de 69. Depois disso e até Dezembro de 69 desconheço qualquer ida das NT á Ponta do Inglês.
Era zona de boas potencialidades agrícolas - Do Xime até ao Xitole pelas margens esquerdas do Geba e, depois da confluência, do Corubal.
Em 1970 desconheço...já estava noutra.

Abraços do, Torcato
E esclareçam, dialoguem.

Bispo1419 disse...

Oh pessoal, calma no "barco"!Tenho este livro desde 1980. Li-o e na altura, confesso,achei-o mais como um exercício panfletário contra a guerra do que uma história assente em factos passados na Guiné.Aquela "maluqueira" passava um bocado ao lado da "minha guerra" onde tive muito medo, senti a sorte "proteger-me",fui louvado por actos em combate, chorei e ri muitas vezes,sofri muito mas também me diverti muito!E eu era contra aquela guerra.Digo-o agora como o dizia na Guiné aos meus camaradas (e em voz alta, posso prová-lo).Hoje,perante o que fui sabendo, olhando para o assustador número de casos clínicos graves atribuídos ao "stress" de guerra e, principalmente,lendo esta imensidão de páginas deste blogue onde as sequelas de foro psicológico e psiquiátrico estão tão nítidas e tão vivas!!! Este blogue é um "forum"mas também uma "câmara de gritos"(de saudade, de alegria, de tristeza,de horror, de perdão,de expiação,de amor-próprio,de vaidade,de humildade,de dádiva,de amizade,de solidariedade, de revolta,às vezes de vazio ), .Voltando ao princípio : A leitura,hoje, do livro faz-me compreender uma parte importante da "paisagem" dos veteranos de guerra, a que me orgulho de pertencer.Concordo que o livro está datado (mas só no plano ideológico já que,quanto à base do texto,está lá bem «escarrapachada» muita da ambiência que me envolveu)Recomendo a sua leitura,mesmo que não concordem nada com a perspectiva ideológica do livro.E os erros histórico-geográficos que se possam encontrar não têm importância nenhuma.
Um abraço a todos(da ponta esquerda à ponta direita)
Manuel Joaquim ( CCaç 1419)
ponta direita)

Bispo1419 disse...

Eh pá, no meu comentário anterior ficou dependurado um «ponta direita» onde não devia.Quanto ao livro LUGAR DE MASSACRE leiam-no como um texto de romance e não como outra coisa que queira provar algo.É um texto excessivo mas cruelmente humano,como nós também muitas vezes fomos nas nossas vidas de guerreiros, aparvalhados´á "procura da rolha",tentando cumprir o «quê» sem saber verdadeiramente o que era o "quê"ou não tendo meios para fazer cumprir o "quê".
Manuel Joaquim
(fur.milºAP CCaç.1419 - Guiné 65/67)

AQUILES disse...

Eu não quero contestar ninguém. Mas em relação a este livro queria dizer o seguinte: "Lugar de Massacre" é um ROMANCE, não é um ensaio histórico e nem sequer crónica histórica. Não tem de documentar nem relatar factos. É um romance ficcional que usa a guerra colonial na Guiné como tema. Que o autor conheceu bem, e foi por ela marcado.
Há que fazer-se a distinção entre História e Literatura.
Quero só terminar dizendo que o livro, não sendo de História, é um romance que introduz bem a vivência dessa guerra.

José Grave, ex-Alf. Mil. Inf., Angola.

Joaquim Mexia Alves disse...

Acho que toda a gente percebeu que o livro é um romance, uma ficção.

Mas é um romance, uma ficção, que se serve da guerra da Guiné e que, pelos vistos, apesar de ser romance/ficção, aproveita ou é aproveitado para "definir" essa guerra e essa geração pelo que aqui leio.

Ora frases como estas, «naquele Quartel-General, os desvios sexuais não param», o que indicia haver mais deste tipo no livro, é que me levaram a escrever o que escrevi e que mantenho.

Peço muita desculpa de não ter a sensibilidade literária para apreciar o livro.

E por aqui me fico com o meu abraço camarigo para todos.

António Graça de Abreu disse...

Diz o Beja Santos a propósito desta obra: 'É um livro autobiográfico, como ele próprio( o autor do livro) anota: “Este romance foi redigido entre o mês de Dezembro de 1973 e o dia 8 de Setembro de 1974. Qualquer coincidência com a realidade colonial dos anos 1966 – 1968, no que respeita à Guiné-Bissau, não é produto do acaso”.

É tudo, ou quase tudo romance, é tudo ou quase tudo ficção, como defendem alguns dos meus companheiros de comentários?
Creio que não.
Repito, o Beja Santos diz que é "um livro autobiográfico".

Fantasia alicerçada no real inventado e vivido, ou uma autobiografia?
Eu diria que nada disto.
É apenas, na minha humilde e insignificante opinião, mais um dos maus livros
que têm sido escritos sobre a Guerra Colonial em terras da Guiné.
Bem haja o Beja Santos por nos continuar a dar a conhecer estas pérolas falsas, esquecidas e embaciadas da nossa literatura pós-colonial.
Abraço,
António Graça de Abreu

AQUILES disse...

Insisto que é um romance e não História. É ficcional. Claro que com conhecimento de causa. Mas não é um relato de acontecimentos.
Na recensão, feita no post, é chamada a atenção para o uso do "non-sense". Pelo que não se pode entender a obra como um documento histórico. Nada disso.
Além de que a História de um acontecimento, ou de uma época, só pode ser feito 50 anos(no mínimo) após o desaparecimetno de todas as pessoas que, de alguma forma, foram participantes ou espectadores. Não se pode fazer história com paixão e emoções. pois seria uma falsa história. Até agora produzem-se documentos que hão-de ser utilizados por historiadores de 2080 para a frente.

José Grave