terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5382: Efemérides (39): 1 de Dezembro de 1640, evocado pelo nosso bardo, Manuel Maia


Com a devida vénia, aqui ficam algumas estrofes do nosso poeta épico, o Manuel Maia (*), alusivas ao dia de hoje que a generalidade dos portugueses, sobretudo os mais novos, só sabe que é feriado... O nosso poeta do Cantanhez trouxe, à Tabanca Grande, o gosto pela poesia épica e a paixão da História pátria. Bem hajas, camarada! (LG)


História de Portugal em Sextilhas
por Manuel Maia

(...) 160-A saga filipina avançará:
terceiro aqui, é já o quarto lá,
mais opressor ainda que anteriores.
Impostos são garrote asfixiante,
vexame cada vez mais ultrajante,
havia que expulsar os invasores...





161-Se na primeira fase houve acalmia,
pois nobres têm sempre a tença em dia...
segunda etapa é fogo de vulcão.
Agravo tributário é uma constante,
o povo abomina o ocupante,
no sul, Manuelinho entra em acção...

162-Prisões são arbitrárias, quais insultos,
gerando mil protestos e tumultos,
no ar pairava a sede de vingança...
Mil seis quarenta estava no final,
Dezembro em pleno dia inaugural,
foi marco, para a Casa de Bragança...



"Armas da Monarquia Ibérica
após a integração da Coroa de Portugal
nos Estados de Filipe II; o brasão português
em ponto de honra, no abismo do chefe"
Fonte: Wikipédia (Imagem do domínio público)


163-A vida alentejana de acalmia
que o duque para sempre pretendia,
forçada a corte abrupto, teve um fim.
P´ra trás ficou de vez Vila Viçosa,
que a Pátria está de si esperançosa,
fidalgos receberam o seu sim...

164-Sucesso da revolta determina
que seja um sucessor de Catarina,
duquesa de Bragança, a governar.
João Pinto Ribeiro e sublevados,
quarenta atacam paço esperançados
da honra, então, poderem reganhar...




D. João IV, o Restaurador (1640-1656),
o 22º monarca de Portugal, o 1º da IV Dinastia.
Nasceu em 1604, morreu aos 52 anos.
Fonte: Wikipédia (Imagem do domínio público)


165- ‘stratégia tem João Pinto Ribeiro
a dirigir o acto aventureiro
que D. João iria sancionar.
O povo só mais tarde é informado
e logo adere assaz entusiasmado,
saindo à rua p´ro rei aclamar...






166-Tal como a foice corta a erva ruim,
também a Vasconcelos se deu fim
na lâmina afiada de uma espada,
que vai trazer, de volta, a dignidade
a um povo que vivia a adversidade,
sentindo ocupada a Pátria amada...

167-Sessenta anos tempo deste jugo,
que teve o castelhano por verdugo
e apoio vil, de, poucos, nobres lusos.
Renasce a fé e a esp´rança de vivência,
agora retomada a independência,
punidas as traições e os abusos...

In: Manuel Maia - História de Portugal em Sextilhas (*)
a ser lançada no dia 9 do corrente, na Tabanca de Matosinhos, ao preço de 12,5€.
Uma primeira tiragem de 80 exemplares está já praticamente esgotada.
______________

Nota de L.G.:

(*) 3 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4456: Blogpoesia (48): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (V Parte): III Dinastia (Filipina)

Vd. também:

27 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5353: Notas de leitura (38): Prefácio ao livro do Manuel Maia, História de Portugal em Sextilhas, a ser lançado na Tabanca de Matosinhos, em 9/12/09 (Luís Graça)

25 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5335: Agenda Cultural (47): Lançamento do livro do Manuel Maia, dia 9 de Dezembro, em Matosinhos (José Manuel Dinis)

16 comentários:

Juvenal Amado disse...

Caro Manuel Maia
Continuas em grande forma.
No dia 9 (nove) lá estarei com o Mexia (espero que me perdoe a insdiscrição) para te dar um abraço.
Já agora hoje ás 21 e 50 minutos faz anos que Galomaro foi violentamente atacado ao arame.

Um abraço

Juvenal Amado

Anónimo disse...

Caro Manuel Maia,
Não tenho o prazer de te conhecer pessoalmente mas no dia 9 lá estaremos para falarmos sobre os traidores à Pátria, qu infelizmente foram sempre muitos, não foi só o Miguel de Vasconcelos.
Mas se calhar temos de discutir o tema mais actual que é:

OS TRAÍDOS PELOS TRAIDORES
À PÁTRIA QUE SOMOS TODOS NÓS

Anónimo disse...

Continuação,
Na verdade eu percebo muito destas novas tecnologias e tive que dar este salto. Não foi nabice,foi estratégia....
Acho que só me resta terminar um grande abraço para ti e para todos em geral.

ADRIANO MOREIRA - EX-FUR.MIL.ENF
CART. 2412 - BIGENE,BINTA,GUIDAGE E BARRO.1968/70.

Anónimo disse...

Grande Manel,lá estarei, só me falta definir o meio de transporte...
Hoje, dia 1º de Dezembro de 2009, vou receber o emblema de ouro do Grupo Caras Direitas de Buarcos,50 anos de sócio e o terceiro a entrar em minha casa, colectividade com mais de 100 anos, fundada, entre outros, pelo meu avô António Augusto da Gama.
O 1º de Dezembro de 1972 comemorei-o em Aldeia Formosa,segundo os registos oficiais, com um embrulhanço de dez foguetões, sem consequências....
Um abraço do amigo,
Vasco A.R.da Gama

Anónimo disse...

Caro Maia,

Estás de parabéns como sempre, não pelo teu aniversário mas pela obra poética que finalmente vai ver a luz num dia diferente, podia ter sido este, mas não calhou.

Vamos finalmente conhecer-nos, é verdade, assim o espero pois só algo inesperado poderia alterar isso.

Até lá, um abraço.
BS

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Vasco, já que estás/estamos numa maré de comemorações, deixa-me dizer que as minhas memórias de infância,da Lourinhã, são as da banda filarmónica a percorrer as ruas e eu, pequenino, excitadíssimo, debaixo do capote do meu pai, atrás da banda, e a trautear o Ó Ti Zé da Pêra Branca!... (o resto da letra varreu-se da memória, era uma paródia ao hino da Restauraçãp):

(...) E no 1º de Dezembro,
A banda a tocar
O Tio Zé da Pêra Branca
Que era o hino da Restauração.
E que um punhado pouco ou nada heróico de patriotas,
Vagamente republicanos,
Fazia seu, na minha aldeia,
Para acicatar o Franco e o Salazar.

Tinha-lhe medo, ao cara de pau,
Especado na parede da minha escola
Do Conde de Ferreira,
Olhando-me de soslaio,
Vigiando-me e punindo-me.
De um lado o Tomás
E do outro o Salazar.
Ou era ainda o Craveiro Lopes
Ou até o Óscar Carmona.
Ou quiçá o façanhudo do Gomes da Costa?

(...)

In: Luís Graça > Blogpoesia >Domingo, Novembro 27, 2005
Blogantologia(s) II - (17): Com Brueghel, domingo à tarde

http://blogueforanadaevaodois.blogspot.com/2005/11/blogantologias-ii-17-com-brueghel.html

Para ouvir o Hino da Restauração, clicar no sítio da Sociedade História da Independência de Portugal:

http://www.ship.pt/index.php

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Já agora, Vasco, não resisto a deixar aqui o poste de hoje, do embaixador de Portugal em França, Francisco Seixas da Costa > Duas ou três coisas (Notas pouco diárias do embaixador português em França) > Terça feira, 1 de Dezembro de 2009 > Independência

http://duas-ou-tres.blogspot.com/2009/12/independencia.html

"O dia 1º de Dezembro, data que marca a recuperação da independência de Portugal face a Espanha, em 1640, parece ter hoje um significado residual para a maioria dos portugueses.

"Já muito poucos recordam a história da revolta aristocrática que, aproveitando habilmente a fragilidade conjuntural de Madrid, repôs a coroa numa personalidade portuguesa, na figura de um titular da família Bragança. Pergunte-se, pelas ruas do nosso país, a razão de ser deste feriado e - garanto! - as respostas serão as mais díspares e disparatadas.

"A ditadura do Estado Novo procurou aproveitar, de forma oportunista, as grandes datas da nossa nacionalidade. Ao politizar esses momentos, ela contribuiu decisivamente para a diluição da sua importância no imaginário colectivo e, por uma reacção a contrario, fez deles afastar os cidadãos, o que resultou na quebra da herança histórica intergeracional com que se define um país.

"Confesso que sinto alguma nostalgia quando vejo o modo respeitoso como os franceses ou os britânicos comemoram as suas datas fundacionais, ao mesmo tempo que observo a displicência com que, em Portugal, se olham tempos similares nossos. E isto é tanto mais estranho quanto a nossa História, por ser muito antiga e rica, justificaria que as novas gerações olhassem para ela com bastante orgulho.

"Na minha juventude, o 1º de Dezembro era uma data cheia de comemorações oficiais. Por todo o país, o dia era prenhe de desfiles e romagens esforçadamente patrióticos. Nos meus primeiros anos do liceu, em Vila Real, para a marcha militarista obrigatória que fazíamos pelas gélidas ruas da cidade, de calção castanho e camisa verde, com o cinto com um críptico S, a minha mãe acolchoava-me com camisolas interiores sobrepostas, para evitar as gripes que, à época, não tinham siglas cosmopolitas como as de agora.

"Mais crescido, passei a ir às "ceias do 1º de Dezembro" e a colaborar nas récitas do Teatro Avenida, onde a proverbial injustiça da crítica impediu que ficassem gravadas em glória algumas imorredouras 'performances'. Já de capa e batina, íamos cantar pela cidade o hino da Restauração, com uma letra 'estadonovista' que era uma espécie de segundo hino da Mocidade Portuguesa. Os nostálgicos podem ouvi-lo aqui (*). Eu, confesso, ainda sei de cor a letra.

"Hoje, o 1º de Dezembro está transformado numa data caricatural, comemorada por grupos minoritários, em busca de um reconhecimento que o público lhes nega e que só alguns blogues de seita acolhem. Neles sobrevive um anti-espanholismo primário - essa doença infantil do portuguesismo - que acaba por obscurecer os verdadeiros novos perigos que o país corre no plano externo."

(*) http://www.ship.pt/index.php

Anónimo disse...

Originalíssimo este post para esta data do 1º de Dezembro em que o Brasil e todos os seus vizinhos se reuniram no Estoril português.

Será que D. JOÃO IV, nos dias de hoje não passaria de um ETARRA?

Antº Rosinha

Joaquim Mexia Alves disse...

O 1º de Dezembro foi sempre comemorado em casa dos meus pais que sempre nos educaram no amor á Pátria e no respeito á sua história.

Lá por casa sempre fomos monárquicos.

Curiosamente nunca fomos anti-espanhóis, mas logicamente não os queriamos a governar-nos.

Espero que não entendam este comentário como uma declaração politica, pois não o é.

Ao Manuel Maia nada digo a não ser que vai ser um prazer abraçá-lo no dia 9 e que as suas sextilhas em livro ficarão com certeza para os meus filhos e netos.

Ao Juvenal "perdoo" a indiscrição que não o foi, porque não era nenhum segredo...agradeço-lhe isso sim a sua disponibilidade.

Abraço camarigo para todos

Joaquim Mexia Alves disse...

Como o Luís aqui colocou um texto de outra autoria permito-me fazê-lo também, pois para mim este texto reflecte bastante daquilo que eu penso hoje em dia sobre Portugal.
Se os editores acharem que o mesmo não tem aqui cabimento é retirá-lo por favor.

Público, 2009.12.01 - Pedro Lomba



O nosso 1.º de Dezembro é um feriado virtual. Como todos os feriados históricos, aliás. A data simboliza o dia que Portugal se rebelou contra o domínio filipino, quando um grupo de conspiradores foi até ao Paço da Ribeira exigir à duquesa de Mântua que abdicasse do estatuto de regente. "Vossa Realeza deseja sair por esta porta ou por aquela janela?", foi o convite em modos suaves que lhe fizeram. A duquesa optou pela porta e uma Revolução educada, como quase sempre foram as nossas revoluções, pôde começar.
O que se comemora é a independência do país contra um invasor estrangeiro. Mas, hoje, isto da independência significa o quê? Além de virtual, o feriado parece anacrónico. Já não temos nem independência, nem invasores que não tivéssemos consentido ou desejado. O sentimento de sermos independentes na política não esconde o cardápio sombrio das nossas dependências económicas. Estamos em crise e mais dependentes do que nunca do exterior, de Espanha, de quem nos der a mão. A Europa salva-nos todos os dias de um destino de maior desgraça. Neste caso, a dependência só tem sido uma bênção.
A celebração da nossa independência também não esconde as muitas dependências individuais com que cada um vive a sua vida. Em Portugal acumulamos listas indetermináveis de dependências. Dependemos do Estado e, como por cá o Estado se confunde com o Governo, estamos sempre à mercê de quem ganha as eleições. Dependemos de mil e uma leis e regulamentos e de mil e uma interpretações sobre essas leis e regulamentos, de funcionários que dependem de outros funcionários e de superiores que dependem de outros superiores, dos poderes do fisco e dos corredores sinistros da nossa justiça abstrusa e encaracolada. Basta sermos apanhados pelas malhas de um para não sabermos o que esperar. Numa magnífica entrevista ao i, António Barreto explicou o mecanismo psicológico da dependência que continua a crescer entre nós. A dependência é a incubadora do medo e do silêncio. E o medo e o silêncio são os piores inimigos duma democracia livre.
O que há para comemorar então no 1.º de Dezembro?
Há pouco tempo pus-me a pensar na seguinte pergunta: será legítimo uma pessoa gostar e defender o seu país se este, longe de ser recomendável, decente e organizado, for antes um país sem futuro, cheio de oportunistas, cleptomaníacos e governantes sem escrúpulos? Teremos algum dever moral de defender um país que parece ter sido capturado por uma rede de predadores que usa o poder em seu próprio benefício?
Para alguns a resposta é fácil: "o meu país, certo ou errado". Mas este patriotismo retórico nunca me convenceu. O patriotismo não pode ser a exaltação das virtudes de um país contra os outros, nem assistir resignado ao nosso envilecimento colectivo. Para minha informação, o meu amigo Eduardo Nogueira Pinto fez-me ver há tempos que aquela frase célebre tem uma formulação mais completa: "O meu país, certo ou errado: se certo, que se mantenha certo; se errado, que se torne certo".
Quer dizer então que a liberdade de existirmos como país não serve de nada se não formos exigentes, críticos, insatisfeitos, até que os aldrabões e os governantes sem escrúpulos saiam dos lugares que ocupam. Os conjurados de 1640 estavam descontentes com quem os governava e resolveram por isso agir. Este é o único sentido de independência que ainda nos sobra. Já que este país é o nosso, não vamos deixar que no-lo estraguem ainda mais. É uma luta permanente. Jurista

Anónimo disse...

Manuel Maia

Obrigada pelo seu contributo para que a nossa história não seja esquecida
Regina Gouveia

Tabanca Grande Luís Graça disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tabanca Grande Luís Graça disse...

Joaquim:

Não posso estar mais de acordo contigo e com o Pedro Lomba, mesmo não sendo monárquico (o que, para mim, é acessório, em termos de amizade e camaradagem):

"Os conjurados de 1640 estavam descontentes com quem os governava e resolveram por isso agir. Este é o único sentido de independência que ainda nos sobra. Já que este país é o nosso, não vamos deixar que no-lo estraguem ainda mais. É uma luta permanente"...

Tem sido assim ao longo da nossa história. Temos arranjado energia, reservas de energia, coragem física e moral, princípios, valores, memórias, PATRIOTISMO q.b., para dar a volta ao texto, ao fado, ao destino, ao impasse, à crise, na curva apertada do caminho da História...

E isso é um testemunho que temos de passar aos nossos filhos e netos, os teus, os meus, os nossos. Decididamente não vamos ser a geração dos coitadinhos. Tenhi muito orgulho na nossa geração, que resolveu um "molho de bróculos"...

Joaquim: uma coisa é o nosso pessismo e o criticismo conjunturais, outra é a percepção e assumpção daquilo que é essencial (na nossa vida, na vida de todos nós, portugueses, europeus, cidadãos do mundo, habitantes do planeta, homens e mulheres "tout court" ou filhos de Deus, se quiseres).

Um Alfa Bravo.

Luís

(no papel de simples membro do blogue, por causa dos mal-entendidos; aliás, no "downstairs", não há editores, a não ser para "varrer o lixo")

PS -

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Ficou um PS (Post-scriptum) pór completar... Já não me lembro do que queria dizer, mas presumo que fosse uma declaração... de amor (à liberdade de expressão, ao respeito pelas diferenças, à amizade, à camaradagem, à inteligência, ao bloguismo de cada dia, à persistência, à teimosia, ao patriotismo, ao portuguesismo, ao ecumenismo, à generosidade, à loucura saudável dos amigos e camaradas da Guiné que se recusam a vestir o roupão, a calçar as pantufas, a ficar sentados no sofá diante do sacrossanto écrá da televisão e a repetir em cada dia "este é o primero dia do resto das nossas vidas"...

Viva a vida (e cantemos o fado... novo). Luís, sócio-fundador do blogue

alma disse...

Amigo Manuel Maia!

Não posso comparecer para te

felicitar.Mas mando um grande

Abraço.

Camarada Admirador.

Jorge Cabral

Anónimo disse...

O hino da Restauração data da década de Sessenta do século XIX, quando tendências iberistas se manifestavam do lado de lá, com apoios do de cá, da fronteira. A letra original era radicalmente anti-espanhola. Por volta de 1940, e na sequência do tratado de de Amizada e Não-Agressão celebrado, em Março de 1939, entre Portugal e a Espanha, a letra do hino seria "branqueada" destacando-se somente a ideia de "redenção nacional". Aliás, segundo o meu amigo e malogrado historiador (faleceu muito jovem)Luís Andrade, as comemorações do duplo centenário (1940)deram pouco relevo à Restauração, precisamente para não ferir susceptibilidades do lado espanhol ("História e Memória: A Restauração de 1640: do Liberalismo às Comemorações Centenárias de 1940", Coimbra, Minerva, 2001).
Um abraço,
Carlos Cordeiro
http://rendarroios.blogspot.com/2009/12/hino-da-restauracao.html