sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5352: Patronos e Padroeiros (José Martins) (2): Exército - Arma de Artilharia - Santa Bárbara





1. Segundo poste da série Patronos e Padroeiros das Armas do Exército Português, um trabalho de pesquisa do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil, Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70).





PATRONOS E PADROEIROS - II

EXÉRCITO - ARMA DE ARTILHARIA – SANTA BÁRBARA



Barbara, nasceu nos finais do Século III, na cidade de Nicodémia, actual Izmit na Turquia, filha única de Dióscoro, um rico e nobre habitante do Império Romano.

Tendo necessidade de viajar e não querendo deixar a filha desprotegida no meio de uma sociedade corrupta, resolveu deixá-la fechada numa torre. É que além de ser bela tinha muitos pretendentes para com ela casar, mas que recusava sistematicamente.

Dióscoro, seu pai, receoso de que a atitude da filha se devia ao facto de ter estado muitos anos fechada na torre, permitiu que fosse conhecer a cidade. Durante a visita teve contacto com os cristãos que lhe transmitiram os ideais do catolicismo, a vida de Jesus e o mistério da Santíssima Trindade. Algum tempo depois, um padre vindo de Alexandria, baptizou-a.

Para melhorar as condições de habitabilidade da torre onde Bárbara passava a maior parte do tempo, mandou construir uma casa de banho com duas janelas. Pouco tempo depois, voltou a ausentar-se.

Durante esse tempo, Bárbara mandou rasgar uma terceira janela no quarto de banho da torre, além de mandar esculpir uma cruz sobre a fonte. Quando voltou, ao ver as alterações operadas, questionou a filha, tendo esta dito que aqueles eram os símbolos da sua nova fé.
Vendo que a sua filha recusava a fé dos Deuses do Olimpo, denunciou-a ao Prefeito Martiniano que a mandou torturar, mas sem qualquer resultado, pelo que acabou condenada à morte.

Barbara, com os seios cortados, foi levada para fora da cidade, onde o próprio pai a degolou.
Quando a sua cabeça tombou no chão, um forte trovão ribombou, fazendo tremer céus e terra, enquanto um relâmpago atingiu o corpo de Dióscoro, que tombou por terra sem vida. Isto passou-se em Nicodémia, no século IV.

A partir dessa altura, Santa Bárbara, venerada pela Igreja Católica e pela Igreja Ortodoxa, passou a ser a padroeira dos Artilheiros, mineiros e dos que lidam com o fogo, tendo a sua Festa litúrgica em 4 de Dezembro.

Santa Bárbara, foi proclamada Patrono da Arma de Artilharia pela Portaria de 6 de Maio de 1959 e Ordem do Exército (1.ª Série), de 30 de Maio seguinte.

José Marcelino Martins – 24 de Novembro de 2009
[Organizado a partir de imagens e textos da Wikipédia]

__________

Nota de CV:

Vd. primeiro poste da série de 26 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5347: Patronos e Padroeiros (José Martins) (1): Exército - Arma de Infantaria - D. Nuno Álvares Pereira

9 comentários:

MANUEL MAIA disse...

CARO ZÉ MARTINS,

O TEU TRABALHO EXAUSTIVO DE PESQUISA LEVA-NOS CONSTANTEMENTE À
PERCEPÇÃO DE ESTARMOS PERANTE UM INDIVÍDUO METICULOSO,GENEROSO E SOBRETUDO ALTAMENTE CAPAZ.

O MEU MUITO OBRIGADO.
MANUEL MAIA

Juvenal Amado disse...

Caro José Martins
E assim quando havia trovoada a minha avó paterna, que morava em plena serra dos Candeeiros, metia-se na cama e rezava fervorosamente a Sta Bárbara.
Lembro-me bem dos "Ai valha-me Sta Bárbara" ou dos "Só te lembras de Sta Bárbara quando troveja".

Um abraço

Juvenal Amado

José Marcelino Martins disse...

2 em 1

Para o Manuel Maia, parece que a capacidade está mas é do teu lado. Veja-se o obra que escreveste( e que aguardo com impaciência). O ser meticuloso, a contabilidade e a fiscalidade a isso me obrigam, ou não fosse TOC.

Quanto ao Juvenal Amado, a tua avó devia ser fantástica. Primeiro porque os avós são sempre fantásticos, depois porque morava numa zona muito bonita e no coração de Portugal, que é o meu distrito - Leiria.

Joaquim Mexia Alves disse...

Bem já somos três do mesmo Distrito de Leiria!

Tudo boa gente!

Podemos organizar um almoço de cozido à portuguesa aqui na Pensão Montanha, Monte Real, à Quarta feira.

É famoso, vem gente de longe para o comer.

Abraço camarigo para todos

Joaquim Mexia Alves disse...

Ah, e faço meus os elogios do Manuel Maia ao José Martins!

Anónimo disse...

Caro José Martins

"Aprende-se até morrer e ...morre-se sem nada saber."

É bem verdade.

Hoje aprendi e espero aprender mais com esta tua série interessante e curiosa.

Obrigado e um abraço
Luis Faria

Juvenal Amado disse...

Sta Bárbara à parte essa do cozido à portuguesa agrada-me.
Vamos combinar?
Uma vez não são vezes, mas seria muito bom.
Quem sabe uma tabanca do cozido à portuguesa.
Se fosse bianda com estilhaços nem pensar.
Um abraço

Juvenal Amado

Anónimo disse...

VASCO A.R. DA GAMA disse...

Caro Zé Martins,

Não, não venho pelo cozido à portuguesa, até porque o meu distrito é Coimbra, embora tivesse cumprido parte do serviço militar no então R.I.7 em Leiria.Se o camarigo achar relevante este facto, porque não?!...

Santa Bárbara,é também como referes padroeira dos mineiros.Recordo-me de em miúdo irmos de ranchada de Buarcos até ao Cabo Mondego assistir à procissão de Santa Bárbara.Como sabes as minas de carvão foram factor económico relevante na nossa zona.Curiosamente, fixou-se uma colónia de dezenas de mineiros vindos do norte de Portugal e aqui constituiram família.Com eles vieram também os primeiros adeptos do F.C.Porto, que nesse tempo não incomodavam o meu Benfica.
O meu sogro, hoje com 86 anos,é um grande devoto de Santa Bárbara, pois sendo mineiro toda a sua vida, no Cabo Mondego,Bélgica e ex Congo Belga, sempre respeitou o dia 4 de Dezembro. Diz ele que os mineiros mais devotos à santa eram os que trabalhavam com a dinamite na abertura dos poços/estradas das minas, pois quando apareciam os poços de gás a mistura era explosiva. No Zaire nas minas de cobre não tinham esse problema, mas até em África o dia era respeitado pelos mineiros brancos.
Dinamite/Trovões/Artilharia
Um abraço amigo,
Vasco

Joaquim Mexia Alves disse...

Caro camarigo Vasco da Gama

sinto-me sempre a fzer parte da história quando a ti me dirijo deste modo...

Claro que a possível tertúlia do cozido á portuguesa pode e deve ser aberto aos distritos confinantes com Leiria.

Apenas temos que marcar com antecedência porque a sala está sempre cheia.

Fico á espera das "reservas"!

Vamos a isso?

Abraço camarigo para todos