domingo, 6 de setembro de 2009

Guiné 63/74 - P4909: Blogoterapia (124): Na Guiné também houve sacanas! (António G. Matos)

1. Mensagem de António G. Matos, ex-Alf Mil MA da CCAÇ 2790, Bula, 1970/72, que nos foi enviada em 6 de Setembro de 2009:

Na Guiné também houve sacanas!

Quentin Tarantino, com a sua mais recente produção - sacanas sem lei -, teve o mérito de me fazer debruçar sobre o layout de comentários/postes do blogue para, ainda que num registo meramente esporádico, vos possa dar conta de ter pegado na minha faca de mato usada na Guiné, amolá-la convenientemente, testar o fio da lâmina no corte longitudinal dum cabelo, e imaginar o "descascar" do escalpe de alguns "basterds" que, felizmente, não tive o desprazer de conhecer naquele tempo ido.
Depois, foi dar largas ao dedilhar no teclado como se de um taco de basebol se tratasse, tendo em falsos e despudorados ex-combatentes da Guiné a cabeça a rachar ao ritmo das potentes cacetadas desferidas pelo Donny Donowitz!

O mundo é redondo e a sacanice é do tipo do azeite na água: vem sempre ao de cima!
Mais cedo ou mais tarde!

A ideia de marcar os nazis a golpes de navalhada, na testa, com a suástica, de modo a não passarem despercebidos depois de despirem a farda, pareceu-me boa para evitar as dezenas de anos que os verdadeiros caçadores da espécie levam a dar com eles.

A nossa guerra também pariu quem merecesse uns mimos semelhantes (a suástica podia ser substituída por um papagaio) o que lhes daria tento na língua e nos livrava do incómodo de os ouvir...

Tarantino dá vida a uma visão alternativa do que podia ter sido o fim do III Reich e, consequentemente, da II guerra mundial.

Eu, numa altura em que já todos temos sensibilização ecológica, contentava-me em separar o lixo que por vezes aparece no blogue e, à falta dum provedor, deitá-lo-ia directamente na trituradora a caminho da incineração.

Porque, diz-se, o blogue é grande, e eu, não deixando de corroborar a ideia, grito que grandes, grandes mesmo, somos todos nós que fomos lá, que provámos o sabor da terra onde caímos muitas vezes, que soubemos o que é sofrer por levar um tiro, um estilhaço, arrancarem-nos uma perna, ver morrer um amigo, etc., etc., etc., volto (com a pouca autoridade que o número de intervenções me confere) a pedir ao Luís Graça, com a ajuda dos seus mais próximos colaboradores que tentem evitar o desalento dos tertulianos de modo a que se não perca a dinâmica do boom de entusiasmo de que ainda goza este espaço.

Aos camaradas Luís Faria, Manuel Maia e José Matos Dinis, agradeço as vossas palavras que muito me sensibilizaram e não poderia deixar de mandar este texto pelo respeito que me mereceram.

Sabe quem melhor me conhece que não sou de voltar a cara a uma boa polémica e não mudo de opinião por força de gritinhos mais ou menos histéricos impregnados que sejam de ameaças veladas.

Para medo, tive-o na Guiné por temer não trazer aqueles rapazes cujas famílias mos confiaram.

Infelizmente, tal aconteceu e, em sua homenagem, permitam-me o nojo por quem se julga intimidador.

Um abraço,
António Matos
Alf Mil MA da CCAÇ 2790
_____________
Notas de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

6 comentários:

Hélder Valério disse...

Ora, ora, o amigo António Matos voltou a dar sinal de si.....
Espero que em boa hora, pois as suas reflexões e apelos, bem como as suas histórias, são bastante pertinentes e interessantes.
Já agora, embora pensando perceber o que queres dizer com estes "desabafos", chamemos-lhes assim, não estou a "atinar" bem com os "alvos"....
Um abraço
Hélder S.

MANUEL MAIA disse...

CARO ANTÓNIO,

TENHO ESTADO DESARMADO NO QUE RESPEITA À TECNOLOGIA,DAÍ QUE QUANDO,EMBORA DE FORMA TEMPORÁRIA,APANHEI O PC DO MEU FILHO E PUDE APERCEBER-ME DA TUA REENTRADA NO BLOGUE, SENTI UMA INCOMENSURÁVEL
SATISFAÇÃO.

FOI O QUE SE CHAMA UMA BOA NOTÍCIA.

AS AMEAÇAS DE CARIZ BAFIENTO E PIDESCO NÃO PODERIAM AMEDRONTAR QUEM COMO NÓS PASSOU AS PASSAS DO ALGARVE.

TINHA A CERTEZA QUE VOLTARIAS,ATÉ PORQUE FAZIAS IMENSA FALTA.

UM GRANDE ABRAÇO.
MANUEL MAIA

JD disse...

Caro Abtónio,
Da leitura da tua mensagem não fiquei tão satisfeito quanto o Manel.
É da vida que teremos, volta e meia, de lidar com o género dos sacanas, alguns elevados à enézima potência.
Por vezes, identifico-os, e evito-os. Ignoro-os sempre que possível.
Outras vezes, confronto-os, para se darem conta do que são.
Espero que o teu regresso se concretize, porque fazes falta, e, seguramente, o blogue também te é quase necessário.
Um abraço
J.Dinis

Anónimo disse...

Caro António,

Acabei de ler o teu "post" no blog, e julgo que compreendi a mensagem intrínsica no mesmo.

Espero que possas continuar. Este blog é bom e forte, e sê-lo-á ainda mais, enquanto puder contar com gentes com a moral intelectual que evidencias em todos os teus escritos.

Isto não é nenhum elogio. Apenas pretendo reconhecer a grandeza do teu coração, a firmeza do teu caracter, e a intelectualidade do teu pensamento.

Julgo que as minhas observações são correctas, e, em suma, apenas reconhecem o homem que és.

Para as minhas observações muito têm contribuido os ex-militares da tua companhia que tenho contactado.

Eles são firmes e unânimes a afirmarem que eras disciplinarmente um homem de grande humanismo, que contigo era fácil compreender que tinhas um trabalho a executar, e, que fora daquilo que era estritamente militar, que eras um grande pessoa com quem dava gosto conviver. Isso sim, acredito, é o elogio que qualquer comandante gostaria de receber dos seus subordinados. Aliás, pelo que dizem de ti, fico com a impressão que nem foram teus subordinados. Foram, sim, teus amigos.

Bem hajas!

José Câmara

Anónimo disse...

Matos

Só agora li o Post.
Apareceste ou melhor. reapareceste. Óptimo!

Espero e faço votos que não sejam "aparições" esporádicas.
Fazes falta e sabes escrever, tambem com “ganas” como dizes.
O contraditório como outras coisas não te "atemorizam", nem as "gentes"!

E sabes uma coisa? Há sempre a capacidade de contar até dez ou mil e ...fazer uma "ponte"!

Se o até mil não chegar, há à mesma, a possibilidade de "arribombar o malho"(!!!) e dizer que se “Xentem na letra”!!!

Um abraço
Luis Faria

António Matos disse...

"Que se xentem na letra",.... ao tempo que eu não ouvia isso !!!
Espero que essa letra seja um i e que lhes faça bom proveito !
Meus caríssimos camaradas, qualquer silêncio que neste momento eu fizesse, soaria a pretenciosismo e só isso é suficiente para aqui vir marcar o ponto e dizer-vos que estou vivo !
Mas a mais não me quero alongar até para evitar encarnar o tal de Tarantino e não começar a rachar as cabeças dos tais sacanas.
Abraços,
António Matos