domingo, 24 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4408: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (22): O desvendar do segredo (Manuel Maia)

1. Mensagem de Manuel Maia, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, (1972/74), com data de 22 de maio de 2009:

Aqui mando mais duas..
Manuel Maia

Havia necessidade de explicar a Sua Excelência excelentíssima o porquê da contínua permanência dos bandos por trás do arame farpado.

Entendi por bem não o deixar mais tempo na ignorância, e peço desde já desculpa ao resto dos camaradas membros dos famosos bandos, por à sua revelia, ter decidido passar a informação que até agora havíamos mantido sigilosa, mas a veneranda figura interrogava-se continuamente, e antes que tivesse um colapso, avancei com o nosso segredo...

Sei que ireis compreender a razão de fundo deste meu gesto...
Manuel Maia


Nos tempos do guinéu turismo, havia,
piscinas de água quente, morna e fria,
os mimos de quartel apetrechado...
por trás da aramada posição,
ginásio, sauna,tanques de imersão
tratavam do stress acumulado...

Massagem por bajuda torneada
de peito firme e pele acetinada
após cada sessão lá no solário...
Depois da explicação que ora aqui dou,
AB fica a saber porque encontrou,
os bandos no bem-bom do tal farpado...


Manuel Maia
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 21 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4397: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (21): Comentando, comentários (Manuel Maia)

6 comentários:

Julio Vilar pereira Pinto disse...

Parabens Maia, dá gosto ler o que tu escreves, era bom que o AB também tivesse a oportunidade de ler os teusa escritos.
Um abraço
Júlio Pinto

Santos Oliveira disse...

Apenas um reparo: há alguma indignidade no emparelhamento das fotos.

O nosso representante (dos ofendidos) Manuel Maia no lugar de autor, destacado, que lhe é devido. Colocar o ofensor, lado a lado e com a mesma visibilidade, parece-me, no mínimo, bizarro.

Santos Oliveira

Anónimo disse...

Caro Manuel Maia
Sou um dos que fez parte dos "bandos", que chafurdaram e se atascaram nas bolanhas da Guiné, que passou fome, sede, e frio.
Os ataques eram tantos, que nem em camas podiamos dormir, mas somente em abrigos subterrâneos, feitos por nós e cobertos com cascas de ostras.
Que viu muitos camaradas morrerem ou ficarem inválidos para o resto da vida, quer nos ataques ao quartel, quer em emboscadas.
Posso garantir-lhe que a tropa que sofreu em igualdade de circunstâncias com os "bandos", foram os comandos. E o "bando" a que eu pertenci, na "tropa macaca" saíu muitas vezes para as matas da Guiné com os comandos entre os quais o GRANDE MARCELINO DA MATA.
Orgulho-me de ter um defensor tão ilustre como o Manuel Maia!
Que nunca a voz nem a mão lhe doa, para gritar e para escrever contra a afronta e a injustiça que A.B. fez a todos os que sofreram numa guerra, que foram obrigados a fazer parte. Enquanto os senhores da Guerra ficavam bem longe destes cenários, protegidos por nós!
B. Parreira

Anónimo disse...

Mais uma vez, Manuel Maia, surpreendes os camaradas com o teu talento, sempre observador e acutilante.
As minhas palmas por mais estas belas sextilhas.
AB
Jorge Picado

António Matos disse...

Insurgi-me desde a 1ª hora, e de modo veemente, contra o insulto que me foi dirigido por alguém que não conheço e que, desde a sua mediática e verborreica aparição nos écrans da TV a classificar combatentes da guerra como cagarolas sem um mínimo de dignidade e de dever cívico, não desejo de todo conhecer.
O assunto tem merecido um coro em uníssono de protestos pela desfaçatez imbecil de quem o não é menos, por parte quer de ex- combatentes quer, inclusivamente, de civis que já aqui deixaram expresso a incompreensível arrogância e vontade de protagonismo do ofensor.
De tudo e de todos o covarde se esconde não tendo a coragem de dar a cara.
Talvez que o Luís Graça na sua habilitação profissional me possa esclarecer se não estamos na presença duma verdadeira toupeira que se escondia num qualquer buraco ou mesmo, quiçá, atraz do tal arame farpado quando começavam a estoirar os foguetes das romarias convencido que estava que eram bombardeamentos do inimigo ...
Tudo isto já deu tempo para todos nós percebermos que o cavalheiro (!?) não virá, jamais, retratar-se e pedir desculpas.
Daí que, eu sugira que se mude de estratégia.
Esta de continuarmos a escrever e dizer que o homenzito nos ofendeu e voltarmos a fazer eco da nossa indignação e amanhã voltarmos a escrever mais do mesmo e sempre de maneira inconsequente, parece-me desgastante ( é o que ele quer ) e inóquo.
Se me fôr permitido, fica a sugestão de lançarmos mão a uma tarefa mais consentânea com os nossos objectivos.
Porque não reunirmos um significativo número de assinaturas num documento de protesto e o façamos circular profusamente pelo Ministério da Defesa e pela RTP ?
Numa 2ª fase, a TVI é sempre uma hipótese a considerar ....
Caso a ideia tenha acolhimento, ficava já o desafio a ilustres advogados ex-combatentes no sentido de se elaborar o dito protesto com todos os fff's e rrrr's.
Um abraço ao Manuel Maia por não ter deixado cair o assunto no esquecimento !
António Matos

Hélder Valério disse...

Pois é, o Maia tem sido um incansável e persistente batalhador (e, já agora, de qualidade ímpar) para se tentar obter um mínimo que consistiria em o AB, por exemplo, aproveitar um tempo de antena e "esclarecer" o sentido das suas afirmações, o que, aliás, já foi esboçado em uma ou outra intervenção escrita.
Mas dá-me a impressão de que por falta desse "tempo de antena" ou por falta de vontade própria (vá lá agora um Sr. Gen. do QP dar-se ao luxo de se permitir dar justificações das suas palavras e/ou atitudes, ao "povo"...) será muito difícil então obter esses esclarecimentos, justificações ou desculpas.
Deste modo, acho que a idéia do António Matos pode ser uma sugestão válida.
Hélder S.