sábado, 13 de dezembro de 2008

Guiné 63/74 - P3611: Dando a mão à palmatória (17): Cumbijã fica entre Mampatá e Nhacobá, mapa de Guileje (Antero Santos / Vasco da Gama)

1. Mensagem do Antero Santos, residente em Avintes (*) 

 Caro amigo Luís Graça 

 Relativamente ao poste de 1 7 de Dezembro de 2008, P3581, [Guiné 63/74 - P3581: Eu, capitão miliciano, me confesso (2): Vasco da Gama, CCAV 8351, Cumbijã, 1972/74 ](curiosamente a CCAV 8351 tem os mesmos números do poste), pretendo informar que o mapa inserido Cumbijã deve ser substituído pelo mapa Guileje, em virtude de a povoação Cumbijã onde esteve a CCAV 8351, ficar entre as localidades Mampatá e Nhacobá. 

A localidade Cumbijã é na região [regulado de] Cumbijã e não na zona do rio com o mesmo nome. Acrescento que tive o prazer de conhecer pessoalmente o Cap Vasco da Gama, na Guiné. Um abraço Antero Santos Ex-Fur Mil Atirador/Minas e Armadilhas CCAÇ 3566 - Março a Dezembro de 1972 Empada CCAÇ 18 – Janeiro 73 a Junho 1974 Aldeia Formosa (Quebo) 


2. Mensagem de Vasco da Gama, ex-Cap Mil da CCAV 8351 (Cumbijã, 1972/1974): 

 Meu caro Camarada Antero, 

 Muito obrigado pela tua intervenção. Só pelo nome não vou lá, no entanto vamos com toda a certeza ter oportunidade para bebermos um copo e conversarmos sobre as nossas guerras. Se tiveres paciência diz-me o periodo em que estiveste em Aldeia Formosa. 

 Aproveito para te dizer que também já havia notado o aparecimento do mapa com o rio Cumbijã, que não tem nada a ver com o buraco onde fui cair. Enviei mais dois textos à Tabanca que penso serão publicados em breve onde também refiro a CCaç 18, e como na narrativa que vou seguindo só no último texto é que cheguei ao Cumbijã, teria a intenção de no próximo texto a enviar fazer esse reparo, como quando chegar a Nhacobá terei de corrigir o poste 2757 (**) no que diz respeito à data, aos feridos e a uma outra fotografia que mereceu comentários do Luís Graça que são teoricamente pertinentes e com os quais eu concordo em abstracto, mas que partem de uma permissa errada. 

 Conhecia muita malta de Mampatá, o Cap Marcelino saíu também da mesma proveta que me formou, éramos amigos, digo éramos pois não o vi após o regresso da Guiné, mas não estou a lembrar-me do camarada de Mampatá que publicou as fotos e que envia versos com certa assiduidade, que eu leio sempre com muito agrado. Para ele, José Manuel, de seu nome, um grande abraço, formulando também votos para que nos encontremos por um destes dias. Para todos um abraço do camarada e amigo, Vasco da Gama 

3. Comentário de L.G.: 

 Meus amigos, têm toda a razão... Cumbijã fica no mapa da Guileje, entre Colibuía e Nhacobá, na estrada, na altura em construção, entre Mampatá e Salancaur (ligando depois a Guileje, via Mejo). 

O aquartelamento, onde esteve sediada a CCAV 8351, ficava a noroeste de Guileje. Daí a mão que damos, simbolicamente, à palmatória (***)... O mais importante é que, a pretexto desta correcção (topográfica), o Vasco, bravo capitão dos Tigres do Cumbijã, acaba de descobrir dois camaradas que andaram por aqueles lados, o Antero (Empada e Quebo) e o José Manuel (Mampatá, Colibuía, Nhacobá...), na mesma altura (1972/74).

 __________ 

 Notas de L.G.:

 (*) Vd. postes de:

18 de Abril de 2006 > Guiné 63/74 - DCCX: O Cherno Rachid da Aldeia Formosa (Antero Santos, CCAÇ 3566 e CCAÇ 18) (...) "Cheguei à Guiné em 23 de Março de 1972 e fiz parte de CCAÇ 3566 - Os Metralhas [a mesma unidade a que pertenceu o Xico Allen...]; a partir de 4 de Janeiro de 1973 e até ao fim da comissão passei a fazer parte da Companhia Africana CCAÇ 18 - Aldeia Formosa (Quebo para os africanos), tendo regressado [ à Metrópole] em 24 de Junho de 1974 (...). 



 (...) "Guiné > Região de Tombali > Cumbijã > Proximidades de Nhacobá > Dois guerrilheiros mortos no decurso de uma operação, em finais de 1973, que envolveu, pelo lado das NT, diversas forças (Batalhão de Comandos Africanos, a CCAV 8351, aquartelada em Cumbijã, a CART 6250, a unidade de quadrícula de Mampatá, a que pertencia o José Manuel Lopes, Fur Mil Op Esp)... 

Na primeira foto vê-se o Fur Mil Gomes, madeirense (hoje a viver no Canadá), do Pel Caç Nat que estava sediado em Mampatá (o José Manuel não se lembra do nº desta sub-unidade)... Foram os soldados e as milícias africanos que despojaram os cadáveres dos seus pertences (armas, roupa e haveres pessoais), uma prática que dificilmente os graduados conseguiam evitar, prevenir e muito menos reprimir" (...) 

3 comentários:

Carvalho disse...

Amigo Vasco da Gama. Lembro-me bem de ti e da tua passagem por Mampatá a caminho do buraco de Combidjã. Pensei cá para mim: tão branquinhos e lá vão estes desgraçados para aquele sítio levar porrada.Cheguei a estar lá, de noite, do lado de fora do arame e vocês lá dentro.Houve fogachal e granadas de óbus 14 a passar por cima de nós e a rebentar do lado oposto do quartel.Já agora o Pelotão de Nativos de Mampatá era o 68 que tinha um Fur. Milic. « sem medo» -o Gomes.O meu grande amigo Zé Manel é também um grande amigo deste Gomes mas é muito esquecido devido aos excessos com aquela «pomada» do Douro.Pois bem, camarada Vasco, vê se arranjas uma quarta-feira para almoçares comigo e o Zé Manel de Mampatá e com o Antero da C Caç 18 e com os outros c...lhos, no Restaurante Milho Rei, em Matosinhos.
Para te adoçar a boca conto-te esta pequena estória:encontrando-me a trabalhar na Segurança Social, no Porto, há cerca de vinte anos, um colega dizia-me que tinha estado na Guiné.Perguntando-lhe aonde, disse-me que em Cumbidjã.Então, para ter a certeza que ele era o Angélico que eu ajudei a evacuar com um estilhaço no pescoço pedi-lhe que baixasse a gola da camisola.Era o Angélico de Cumbidjã, da Comp.ª do Vasco da Gama.
Se precisares de mais alguma info. relativa ao restaurante liga-me através do telemóvel nº919401036.

António Carvalho -
Fur. Mil.Enf.1972/74-Mampatá

Anónimo disse...

A mensagem do Vasco da Gama deu-me a oportunidade de por aqui lhe enviar um grande abraço.
Sou Luis Marcelino, à data o comandante da CART 6250 de Mampatá.
Realizamos anualmente um encontro dos militares da companhia a meados do ano.
Terei muito gosto em futuros contactos
Um abraço a todos
Luis Marcelino

Luís Graça disse...

Espero que o Vasco da Gama não se oponha à transcrião da mensagem que mandiu ao Antero:

Meu caro Camarada Antero,
Muito obrigado pela tua intervenção.

Só pelo nome não vou lá, no entanto vamos com toda a certeza ter oportunidade para bebermos um copo e conversarmos sobre as nossas guerras.

Se tiveres paciência diz-me o periodo em que estiveste em Aldeia Formosa.

Aproveito para te dizer que também já havia notado o aparecimento do mapa com o rio Cumbijã, que não tem nada a ver com o buraco onde fui cair.

Enviei mais dois textos à Tabanca que penso serão publicados em breve onde também refiro a CCaç 18, e como na narrativa que vou seguindo só no último texto é que "cheguei" ao Cumbijã, teria a intenção de no próximo texto a enviar fazer esse reparo, como quando "chegar" a Nhacobá terei de corrigir o poste 2757 no que diz respeito à data, aos feridos e a uma outra fotografia que mereceu comentários do Luís Graça que são teoricamente pertinentes e com os quais eu concordo em abstracto, mas que partem de uma permissa errada.

Conhecia muita malta de Mampatá, o Cap Marcelino saíu também da mesma proveta que me formou, éramos amigos, digo éramos pois não o vi após o regresso da Guiné, mas não estou a lembrar-me do camarada de Mampatá que publicou as fotos e que envia versos com certa assiduidade, que eu leio sempre com muito agrado [ Trata-se do José Manuel Lopes, ou Josema].

Para ele, José Manuel, de seu nome, um grande abraço, formulando também votos para que nos encontremos por um destes dias.

Para todos um abraço do camarada e amigo,

Vasco da Gama