quarta-feira, 2 de julho de 2008

Guiné 63/74 - P3014: Fuzileiro uma vez, fuzileiro para sempre (José Macedo, EUA)


1. Mensagem de 13 de Fevereiro último, do nosso camarada José Macedo (ou Zeca Macedo), um cabo-verdiano da diáspora, que foi FZE [Fuzileiro Especial] no DFE 21 na Guiné em 1973/74, e que hoje é advodado nos States, para onde imigrou em 1977 (1). Pelo atraso na divulgação da mensagem - devida a falha técnica (2)... - pedimos desculpa ao nosso camarada e ao restante pessoal da Tabanca Grande.

Luis:

Obrigado por me teres apresentado oficialmente na Tabanca Grande (1). Só tenho um reparo a fazer: chamaste-me, Ex-Segundo Tenente Fuzileiro. Não há Ex-Fuzileiros. Como deves saber, Fuzileiro Uma Vez, Fuzileiro Para Sempre.

Falei hoje com o Coronel Raul Folques, que conheci na Guiné e que foi comandante de uma Companhia de Comandos Africanos, em Brá. Matámos as saudades sobre os tempos passados na Guiné e algumas operacões que fizeram na Cobiana, que ficava na área de Cacheu, Frente Cantchungo-Biambe, que era onde estive estacionado com o DFE 21.

Um abraço amigo

Zeca Macedo (2)

2. Mensagem anterior, de 25 de Janeiro

Luis:

Graças à Tabanca Grande, descobri o e-mail dele, através de uma correspondência com o Comandante Pedro Lauret, falei com o Comandante Alves de Jesus (GNR) que comandou o DFE 4 na Guiné (na altura primeiro tenente) e que esteve em Guidaje em 73, na mesma altura que estive no DFE 21 (Fuzileiros Africanos).

Acho que mencionei ter estado na Guiné de 72-74. Puro engano; estive lá de 73-74. Depois de ter lido o artigo sobre o MNF e a Cilinha Supico Pinto, desenterrei uma foto tirada aquando da visita dela ao DFE21, em Vila Cacheu. Assim que tiver uma oportunidade elá sera enviada para que lhe dês o encaminhamento que julgares apropriado.

Um abraço amigo

José J. Macedo
DFE 21, Guiné
73-74
__________

Notas dos editores:

(1) Vd. poste de 13 de Fevereiro de 2008 >
Guiné 63/74 - P2532: Tabanca Grande (56): José J. Macedo, ex-2º tenente fuzileiro especial, natural de Cabo Verde, imigrante nos EUA

(2) O Zeca mandou-nos também uma foto de um "Cabo FZE do DFE21, expert no manejo da MG 42 e mecânico extraordinário dos motores Mercury que usávamos nos Zebros em que fazíamos os patrulhamentos do Rio Cacheu e seus afluentes"...

Por razões que ainda não descortinámos, essa foto desapareceu dos nossos ficheiros. Ficamos a aguardar um 2º envio, se o Zeca Macedo achar que vale a pena...

Há dias publicámos a foto de antigo FZE, guineense, do DFE 21, hoje régulo de Cananima (que fica frente a Cacine): vd poste de 29 de Junho de 2008 >
Guiné 63/74 - P2994: Uma semana inolvidável na pátria de Cabral (29/2 a 7/3/2008) (Luís Graça) (17): Cacine, a voz dos abandonados (I)

3 comentários:

Henrique Paulino disse...

Fuzileiro uma vez Fuzileiro para sempre. Esta é uma frase que está enraízada na família Fusa e o tenente José Macedo está aqui a defende-la orgulhosamente e que efectivamente acho muito bem. Eu também tive a felicidade de servir nessa nobre força militar, atingi o posto máximo de Mar.FZE e me considero abrangido pelo mesmo estatuto do tenente J. Macedo. Sobre os Fuzileiros na Guiné pouco se tem falado.Li algures uma mensagem de um camarada que escreveu sobre o confronto entre Pára e Fusos, na qual encontrei algumas frases que não são verdade, a começar pela data do acontecimento que, foi precisamente no dia 3 de Junho de 1967, (o camarada cita Janeiro de 1968). As causas foram apenas motivadas por um torneio de futebol de salão, aparte disso não havia qualquer rivalidade entre aqueles militares. Como todos nós sabemos o aquartelamento dos Pàras distava cerca 12 Km de Bissau, por essa razão eu próprio despensei a minha cama diversas vezes a alguns colegas Páras que vinham a Bissau e depois já não lhe apetecia ir ficar à Unidade. Infelizmente e o que é verdade é que há a lamentar a morte de dois companheiros que estavam no mesmo barco que nós (a guerra). Sobre o DFE nº 21 gostaria de perguntar ao camarada tenente, se fez parte desse Destacamento logo na sua formação inicial, porque nele estava um Mar.FZE de nome Dimas que infelizmente já faleceu, isto só a titulo de curiosidade, porque este meu amigo fez uma comissão no DFE 12 e eu estava na mesma altura DFE 10 nos anos 67-69 com os Comandantes Pedrosa e Pecorelli respectivamente. Muito havia que falar sobre sobre a nossa actividade na Guiné mas ficamos por aqui pode ser que ainda um destes dias cá volte. Um abraço Henrique Paulino

Nota - Queria esclarecer que só há poucos dias descobri o LuísGraçaecamaradasdaguiné,razão do meu comentário tardio.

horizontes disse...

Para:Luís Graça & Camaradas da Guiné.

Respondendo ao Henrique Paulino.

Somos conhecidos, o Henrique no dfe10, eu no dfe3, na,mesma altura.
O triste acontecimento, com os paras, foi pouco antes de eu chegar há Guiné. Lembro - me que posteriormente os amigos paras, eram visitas constantes aos fins de semana, para estarem com os filhos da terra.
Eu próprio, tenho fotos com amigos paras, tiradas na feira de Bissau.
Estive na Guiné, nos Destacamento de Fuzileiros Especiais 3 e 12 - Guiné 1967 / 1971.

Foi o dfe12(70/71),que efectuou o maior ronco que há memória na guerra colonial, fiz parte dessa Unidade. - Comandada pelo Mendes Fernandes, que fez 3 Comissões na Guiné.
DFE 7-12-21.

Operações catanada e cocha. Zona Cumbamory - junto há fronteira do Senegal, a norte de Bigene. Capturadas + de 10 toneladas de armamento e material de saúde.
Encontra - se tudo documentado.

O Destacamento de Fuzileiros Especiais 12, estava hospedado na Bapatganturé/Bigene.

O Henrique Paulino, enquanto elemento do dfe10, a sua unidade, em conjunto com os dfe´s 3 - 12(67/69) - 13, foram os pioneiros da Bapatganturé.

Cumbamory, a sua História, ainda não foi contada, pelos seus intervenientes.

Falta a palavra do homem do ronco. (Mar.fze - Manuel Galante Guerra), embora outros tentem chamar a si, o que não lhes pertence.

Nunca foi o (Mar.FZE - José Talhadas), estava na Operação, fazia também parte do DFE12-70/71.

Mas a glória é do Galante Guerra.

Fizeram - se juízos errados.

Cada macaco no seu galho.

veiga

horizontes disse...

CUMBAMORY.

Nunca antes Forças do Exército - Paras - Comandos - Fuzileiros Especiais.

Tinham visitado Cumbamory, zona de alto risco.

O Destacamento de Fuzileiros Especiais 12 - Guiné 1970/1971.

Foi a primeira Unidade, a efectuar duas operações com diferenças de 3/4 dias.

Existia uma grande rivalidade operacional, entre o Comandante do Caop (Alpoim Galvão e Mendes Fernandes).

Mendes Fernandes, tinha sido o 3º. Oficial do DFE7 - Guiné 1966/1968.

Os graduados, que o Mendes Fernandes, conseguiu para constituir o DFE12, apenas dois, não tinham passado pela Guiné, vinham de outros teatros operacionais (angola).

Só os grumetes, não conheciam qualquer teatro operacional, tinham acabado o Curso de Fuzileiros Especiais, na Escola de Fuzileiros, em Março, e as Operações, foram efectuadas, logo que chegaram á Guiné.

A rivalidade entre Oficiais, surtiu efeitos positivos.

Como poderia ter sido um desastre.

O Mendes Fernandes, sabia que podia contar, com os seus graduados, 50% da Unidade.

Há data cada DFE, era composto por 80 elementos.

Muito se tem falado de Cumbamory.

Mas esta é a verdade.

Um dia será editada toda a verdade.

Sobre o DFE12, e Cumbamory.

veiga