domingo, 2 de março de 2008

Guiné 63/74 - P2604: Estórias do Zé Teixeira (27): Mama firme (José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enf)


José Teixeira,
ex-1.º Cabo Enfermeiro
CCAÇ 2381
Buba, Quebo, Mampatá e Empada ,
(1968/70)

1. Nesta estória, o nosso camarada José Teixeira conta como um jovem Enfermeiro Militar se deixou encantar por um escultural par de maminhas de uma mulher grande que mais parecia pertencer a uma bajuda.

Qual de nós não se entusiasmou a apreciar uma bajuda com mama firme ou desviou o olhar pudicamente, quando uma mulher grande que, não tendo o encanto da mocidade, impunha um natural pudor.
C.V.


2. Mama Firme

Por José Teixeira

Na chegada à Guiné, de imediato entrava no nosso vocabulário corrente algumas palavras e frases em crioulo, que creio jamais as esqueceremos. Bajuda, mama firma, mulher grande, parte catota, cá miste, gosse, gosse, kunversa giro, vianda, etc.
Depois em função do local onde nos instalávamos, outras surgiam, como djarama nani, oh curá-me, na pinda, etc.

Mama firme, saltava pela boca fora enquanto os olhos, comiam, se possível, os belos e carnudos seios que as bajudas naturalmente nos presenteavam.

Tão natural como a sede que sentíamos, elas andavam despidas da cinta para cima. Esta naturalidade sadia, que para quem estava habituado na cultura ocidental, a imaginá-los dentro de um saquinho, intocáveis, protegidos dos olhares curiosos por uma blusa ou camisola, tornava-se uma novidade gratificante ao olhar e aos sentidos mais profundos de um sensualismo contido por uma educação marcadamente religiosa.

Naturalmente, éramos impelidos a fazer o correspondente teste ou apalpação, ao qual as bajudas nem sempre se prestavam.

Eu não fugi à regra. Tinha uma vantagem acrescida em relação à maioria dos magalas. Eram elas que me procuravam na Enfermaria, à procura de mesinho para as suas maleitas: Fermero, cabeça ê na dê, parte quinino; bariga suma tambô, parte mesinho; minino ê na turse; a mim na tem doenza, etc, etc.

Para quem passou pela Guiné, não é necessário relembrar o quanto eram (e continuam a ser) belas, muitas das bajudas e até mulheres grandes, que connosco se cruzaram nos caminhos que em conjunto palmilhámos.

Logo nos primeiros dias de estadia em Ingoré, manhã cedo, fazia o rastreio do tipo di doenza dos nativos que se encontravam na fila à espera da sua vez para serem atendidos.

Deparo com uma jovem alta e esbelta bajuda, redondinha de cara, com uma expressão muito alegre, que cativava mesmo.
Estava despida da cinta para cima, como era uso e costume. Os seios avantajados completavam uma fisionomia, que atraía todos os olhares machos.

Como um bebé que acaba de descobrir a palavra mamã e não se cansa de repetir, eu balbuciei: - mama firme - e preparava-me para fazer o teste da apalpação para alimentar os meus instintos sensuais.

Levo um rápido - nega mesmo, a mim mudjer garandi - enquanto cruzava os braços sobre os seios e expressava um belo sorriso.

Pode lá ser! Uma bajuda tão bonita, já sem cabaço, pensei eu. E, insisti novamente animado pelo sorriso cativante. Obtenho a mesma resposta, mas não desarmo.

Então ela, aproveitando um momento em que aproximei a minha face, comprimiu um dos seios, esparranhando-me a cara com o seu leite, branco, cremoso e quente, que guardava para o seu bebé, para gáudio do mulherio presente que expressou uma sonora gargalhada colectiva.

Eu, de rabinho entre as pernas, retirei-me para dentro da enfermaria e fui limpar a cara a uma compressa.

Zé Teixeira
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Nota dos editores:

(1) Vd último post da série de 10 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2518: Estórias do Zé Teixeira (25): Estranho convite (José Teixeira)

1 comentário:

Unknown disse...

Meu pai não tem net mas pedio que enviase esta mensagem .Ele é o Manuel Coelho dos Santos foi 1/cabo n:2099 companhia 411 batalhão de casadores n:10 chaves foi para guine em 3 de abril de 1963 e veio em 9 maio 1965 ele gostava de ter um encontro com os camaradas de este ano se conhecerem mandem um mail para. santos.humberto05@gmail.com obrigado