quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2367: Parabéns a você (1): Humberto Reis, CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71): born in Portugal, December 19th, 1946 (Luís Graça)

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > 1969 > O famoso e imponente bagabaga, existente nas imediações de Bambadinca. No topo vê-se o Humberto Reis. O júri do Concurso O Melhor Bagabaga nunca se reuniu, mas eu por mim dava o prémio a esta foto (1).

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Xime > 2º Grupo de Combate da CCAÇ 12 , deslocando-se numa bolanha em zona controlada pela guerrilha do PAIGC... O primeiro tuga que se vê na foto é o Humberto Reis, ex-furriel miliciano de operações especiais, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71. Na época teria 23 aninhos, mas já com uma careca a denunciar mais idade... De qualquer modo, o cabelo que lhe tinha a cair, caiu na Guiné...

Guiné > Zona Leste > Geba > O Humberto Reis na ponte sobre o Rio Geba, a noroeste de Bafatá... Sempre revelou uma atenção precoce por ponte e estruturas similares... Talvez isso explique a opção, mais tarde, pelas engenharias...

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Rio Udunduma > Destacamento da CCAÇ 12, 2º Grupo de Combate > 1970 > Passados largos meses, após o ataque a Bambadinca (Maio de 1969), ainda eram visíveis os sinais da tentativa de destruição da ponte... na estrada Xime-Bambadinca que era vital para o abastecimento da Zona Leste... Em que é que pensaria o nosso Humberto ? Talvez na ementa do jantar: arroz de peixe, apanhado à granada no rio (1)...

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > Três tugas do 2º Gr Comb, com ara de desalento ou de cansaço, no regresso de mais uma operação: da eswquerda para a direita, o 1º Cabo Alves (mais conhecido por Alfredo) e os Fur Mil Reis e Levezinho...

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > CCAÇ 12 > Sinchã Mamajai > Janeiro de 1970 > A secção do Humberto Reis (2º Gr Comb) na tabanca em autodefesa da Sinchã Mamajai. Em primeiro plano, o 1º cabo Alves (mais conhecido pela sua alcunha, Alfredo, sempre bem disposto e prestável).

Para a posteridade aqui fica, a composição da 2ª secção do 2º Gr Comb da CCAÇ 12 (3):

Fur Mil Op Esp 05293061 Humberto Simões dos Reis; º Cabo 17626068 José Marques Alves; Soldado Arvorado 82116569 Mamadu Baldé (Fula); Soldado 82101469 Udi Baldé (Futa-fula)Sold 82101069 Sajo Candé (Fula); Sold 82108069 Alfa Jaló (Fula); Sold 82116469 Iéro Juma Camará (Ap Mort 60) (Futa-fula); Sold 82111969 Mamadú Jaló (Mun Mort 60) (Fula); Sold 82111069 Adulai Baldé (Fula); Sold 82117269 Adulai Bal (Fula).

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Estrada Xime-Bambadinca > 1970 > Montando segurana a uma coluna em trânsito ou aos trabalhos da Tecnil (comnstrução da nova estrada)... O Humberto Reis apanhado num momento de grande comunhão com a natureza (luxuriosa) da Guiné... Uma faceta contemplativa, menos conhecida, do nosso ranger...

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Xitole > 1970 > Coluna logística ao Xitole... Pergunta o Humberto Reis: "Zé Vacas de Carvalho: Conheces este rapazinho de lencinho ao pescoço no Xitole? À tua direita, estou eu e à esquerda - penso eu, se a memória me não falha - o furriel enfermeiro Godinho da CCS do BART 2917 que foi connosco, à turista... À direita, temos o nosso amigo e camarada da CCAÇ 12, o furriel miliciano T. Roda". O Alf Mil Cav Vacas de Carvalho era o comandante do Pelotão Daimler, estaccionado tal como a CCAÇ 12 em Bambadinca (1969/71). Era um pouco mais novo que nós...

Fotos: © Humberto Reis (2006). Direitos reservados.

1. Uma explicação do editor L.G.:

O Humberto Reis, ex-furriel miliciano de operações especiais (CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71) - na vida civil, engenheiro, empresário, ligado à concepção de sistemas de ar condicionado - é um dos mais antigos membros da nossa tertúlia. Um tertuliano da primeira hora.

Foi meu camarada na CCAÇ 12, camarada de quarto e de operações... Conhecemo-nos no Campo Militar de Santa Margarida, depois de sabermos que o nosso destino era a Guiné, onde viríamos a formar, em Contuboel, uma companhia africana, independente, de intervenção... Magníficos os 50 dias que passámos nesse paraíso que se chamava Contuboel, a formar uma companhia, pau para toda a obra, com soldados africanos, fuals, que não falavam português... Bom, o resto a seguir, e até ao final da nossa comissão (Março de 1971), já não foi tão divertido...

O Humberto é também apresentado no nosso blogue como "o nosso primeiro e até agora único mecenas". Temos com ele uma dívida de gratidão, mesmo que ele o negue. De facto, pagou do seu bolso todas as cartas militares da antiga Guiné Portuguesa, cartas essas que são consideradas uma obra-prima da nossa cartografia militar eque continuam a ser-nos muito úteis.... O Humberto pagou ainda do seu bolso a digitalização desssas cartas na Rank Xerox. Andamos a prometer há tempos que, em breve, todas as cartas militares da Guiné estarão disponíveis em linha, incluindo as ilhas.

O Humberto é/foi também, um dos nossos fotógrafos de serviço.

Logo no início do nosso blogue, escrrevi o seguinte (4):

(...) O Pai Natal do Humberto Reis fez-me chegar mais umas cartas (militares) da 'nossa' Guiné... com alta resolução, de modo a permitir localizar os sítios por onde andámos no mato... No cabaz de Natal vinham as seguintes cartas: Mansoa (que inclui também Bissorã), Cadoca/Gadamael, Guileje, Binta, Bula, Pelundo...

(...) Divirtam-se, sobretudo aqueles de vós que aprenderam na tropa a orientar-se só com bússola e mapa... Deixem-me dizer-vos que, apesar dos nossos excelentes mapas (chegámos a ser os melhores cartógrafos do mundo, na épcoa dos Descobrimentos!), nunca vi comandante de operação, no meu tempo, dispensar o guia das milícias...


A resposta do Humberto Reis aparceu nestes termos singelos:

(...) Se vocês soubessem o prazer que me dá olhar para aquelas cartas compreendiam o gosto que tenho em as partilhar convosco. Imagino a cara de alguns de vocês a recordarem as picadas e os trilhos que lá estão assinalados e a recuarem 30, 35 e 40 anos atrás. A mim não me faz sentir velho, mas apenas saudoso de alguns tempos bons que passei naquela terra, apesar dos muito maus. Se não fossem esses tempos estaríamos agora aqui a conversar uns com os outros? (...)

O editor do blogue confidenciou, logo na altura, o seguinte:

(...) Pessoalmente confesso que, com estas cartas militares (que temos vindo a disponibilizar no nosso blogue) e com as estórias que vocês têm contado (para não falar do valiosíssimo álbum de fotografias e de outros documentos...), conheço melhor hoje a Guiné de 1969/71 do que naquela época, quando eu lá estava...


O Humberto tem sido um discretíssimo, amável, solidário e generoso tertuliano. Tenho, temos, para com ele, uma dívida de gratidaão... Lembrei-me, por isso, de fazer hoje uma pequena homenagem ao meu amigo (e vizinho) Humberto e ao nosso camarada Reis, a pretexto dos seus 61... aninhos, feitos ontem. Já lhe telefonei ontem, estava com uns amigos na ANA, a almoçar... Sabe sempre bem sabermos que os nossos amigos se lembram de nós no dia de anos, mesmo que a gente diga a todo o mundo que já não tem idade para ligar a essas coisas...

Humberto, não fiques zangado com a surpresa (e a inconfidência): daqui até ao quilómetro 100, ainda tens/temos muito que palmilhar... E já que tem que ser, que estejamos juntos, como velhos e bons camaradas e amigos. Com a tua Teresa e as tuas meninas.

Aquele abraço tabancal... da rapaziada toda, da CCAÇ 12 e do resto das Companhias, que formaram em parada, nesta imensa blogosfera, só para te dizer: Ranger YYYYAAAAAAAAAAA... Ranger YYYYAAAAAAAAAAA... Ranger YYYYAAAAAAAAAAA...

Luís Graça




Montemor-o-Novo > Ameira > Hotel da Ameira > 14 de Outubro de 2006 > Reunião da tertúlia Luís Graça & Camaradas da Guiné > Videoclipe: Guiné > O Grito do Ranger (duração 7 ss).

Texto e videoclipe: © Luís Graça (2006). Direitos reservados. Vídeo alojado no álbum de Luís Graça > Guinea-Bissau: Colonial War. Copyright © 2003-2006 Photobucket Inc. All rights reserved.

No encontro na Ameira, em 14 de Outubro, descobriu-se quem era ranger e quem não era... O Magalhães Ribeiro que veio do Norte, juntamente como seu inseparável amigo, o ranger Casimiro, quis brindar-nos com o célebre Grito do Ranger.... Enquanto o diabo esfregava um olho, já ele tinha pronta a sua equipa, tudo gente formada e treinada no célebre Centro de Operações Especiais de Nova Lamego.

Neste videoclipe, temos por ordem, da esquerda para a direita, os rangers Capitão Sampedro, e os Furriéis Chapouto, Ribeiro, Reis e Casimiro... Foi o momento guerreiro da tarde. Obrigado, rangers. Agora percebo por que é que um ranger não se pode desfardar: por debaixo da farda, tem pele de ranger, é-se ranger para toda a vida...

Na bela e ensolarada tarde alentejana, a fazer lembrar as tardes calmas da Guiné, calou fundo este Grito de Guerra dos Rangers Portugueses, ecoando pela planíce alentejana... (LG) (5).

__________

Notas de L.G.:

(1) 7 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1347: Concurso O Melhor Bagabaga (1): Bambadinca (Humberto Reis / Luís Graça)

(2) 30 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1131: Um dia (feliz) na ponte do Rio Udunduma, com o 2º Gr Comb da CCAÇ 12 (Luís Graça)

(3) 21 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCLXXV: Composição da CCAÇ 12, por Grupo de Combate, incluindo os soldados africanos (posto, número, nome, função e etnia) (Luís Graça)

(4) 13 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLXIV: Chicorações para o nosso Pai Natal (Luís Graça)

(5) 16 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1182: Ameira: O Grito de Guerra dos Rangers ecoando na planície alentejana (Luís Graça)

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