terça-feira, 13 de março de 2007

Guiné 63/74 - P1588: Debates da nossa tertúlia (I): Nós e os desertores (4): Torcato Mendonça / Mário Bravo

1. Mensagem do Torcato Mendonça (1):

Caros Tertulianos


Luís Graça: Este Blogue Luís Graça & Camaradas tem um título e normas de conduta. Dele, fazem parte pessoas que com isso se identificam. Trazer á colacção temas como o da inclusão de desertores, não é correcto ou incorrecto, não é fracturante ou não. É perca de tempo. Tem certamente lugar e merece mesmo ser discutido, noutros espaços.

O valor que mais prezo é a Liberdade. É utópico pensarmos que somos seres livres. Há sempre condicionantes que vão limitar essa nossa liberdade. Mas, se a queremos para nós, então respeitemos a liberdade dos outros. Pratico-o!

Isso não me diz, salvo melhor opinião, que inclua ou, pessoalmente, pertença a grupo de pessoas com as quais não me identifico. Entrar em explicações é, como já disse, perca de tempo. Não pretendo ser mais explícito. Respeito todos nas suas opiniões e tomadas de posição ou opções políticas, religiosas, sexuais, ou outras… Exijo que, para comigo, tenham o mesmo comportamento.

Por isso ponto final em determinados assuntos. Por respeito a todos os que comigo lá estiveram. Por respeito aos que não voltaram. Por respeito a todos – mulheres e homens – que no Ultramar, Colónias ou o que entenderem chamar – deram o melhor de si e perderam os melhores anos das suas vidas. Independentemente das suas convicções… mas sempre, ontem e hoje, em solidariedade para com os seus camaradas… até ao limite ou seja, a arriscar a própria vida. Muitos perderam-na na ajuda ao camarada…

Que perca de tempo neste final de tarde. Sejamos livres nalgumas coisas… neste caso o pertencer ou não a um determinado grupo! O aceitar ou não determinadas inclusões, mesmo respeitando a tomada de posição ou opção. A maioria decide. Eu já o fiz!

Forte, mas mesmo forte, abraço para ti do

Fá Mandinga e Mansambo (Bambadinca)
Fundão


2. Comentário do Mário Bravo:

Caríssimo Luís Graça:

Estou perfeitamente de acordo com o Torcato Mendonça. Não quero menosprezar as razões de alguns, que decidiram e com o seu direito próprio, tomar outro rumo que não o daqueles que foram para as colónias, numa guerra que era descabida ( ?!).

Sim, mas com limites. Esses, os que não estiveram no teatro de guerra, que se limitem à sua posição de anti-regime e ponto final neste tipo de observação, de conteúdo duvidoso, em termos de sacrifício pessoal e familiar. É que morreram alguns camaradas, na dita guerra colonial.

Mário Bravo Ex-Alf Mil Médico, CCAÇ 6 (Bedanda, 1971/72)
Porto


__________

Nota de L.G.:

(1) Vd. post anteriores:

3 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1560: Questões politicamente (in)correctas (25): O ex-fuzileiro naval António Pinto, meu camarada desertor (João Tunes)

13 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1585: Debates da nossa tertúlia (I): Nós e os desertores (1): Carlos Vinhal / Joaquim Mexia Alves

13 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1586: Debates da nossa tertúlia (I): Nós e os desertores (2): Lema Santos

13 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1587: Debates da nossa tertúlia (I): Nós e os desertores (3): Vitor Junqueira / Sousa da Castro

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