quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Guiné 63/74 - P1526: Em louvor do comandante Vitor Junqueira (Lema Santos)


Guiné > 1971 > Excerto do Relatório da Operação Larga Agora, em que participou o Vitor Junqueira, enquanto comandante de 2 Grupos de Combate da sua açoriana CCAÇ 2753...


Foto: © Manuel Lema Santos (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem do Manuel Lema Santos (ex-1º TEN RN 1965-1972. Guiné, NRP Orion, 1966/68)

Assunto - Todos portugueses, mas uns mais do que outros...

Caro Luis Graça,

Relativamente ao post publicado (1), permite-me uma pequena observação sobre a palavra chão.

Comecei a ouvi-la em miúdo nos longos dias de férias grandes que passei durante anos de estudante, na aldeola de naturalidade de meu pai, na serra da Estrêla, nos contrafortes do Côa.

Dizia-se de um bocado de terra, muitas vezes uma pequena horta, vinha, etc., dito até por forma a retirar-lhe qualquer possível significado de grande haver como que quem diz: ainda para lá tem um chão... Depois, como tu e tantos outros milhares recordei-a na Guiné.

Aproveito a oportunidade para cumprimentar o Vitor Junqueira, pessoa a quem, sem rebuço, manifesto o meu apreço pela forma desafrontada e fluente como habitualmente expõe uma linha de pensamento pessoal e, sobre diferentes etnias em Portugal, quem melhor que os alentejanos para se preocuparem? O meu BI não me permite a veleidade de esquecer que sou de Sant' Alêxo da Restauração, encostado a Barrancos, e que a minha avó era espanhola.

Não resisto a um desvio lateral para perguntar ao Vitor Junqueira se, e quem melhor que ele, tem na lembrança uma operação denominada Larga Agora , no Tiligi, que bateu as zonas minhas mais que conhecidas do Tancroal, Leto e Concolim, na Região do rio Cacheu, de 13 a 15 de Junho de 1971.

Para lá de muitos outros meios do Exército e Força Aérea, estiveram presentes os Destacamentos de Fuzileiros Especiais DFE12, DFE4 e DFE13 e mais que uma LFG, das tais.

Tudo isto veio ao meu encontro no meio de muitas pesquisas que tenho efectuado e não tenho resistido a efectuar algumas recolhas curiosas de que junto um pequeno retalho, esperando que o Vitor Junqueira me desculpe a ousadia de expor este retalho.

Deambulações...


Um abraço,
Manuel Lema Santos

2. Comentário de L.G.:

Meu caro Lema Santos, tão português dos quatro costados como eu e o resto dos tertulianos: Eu não sei se o Dr. Vitor Junqueira vai gostar da partida do Eng. Manuel Lema Santos. Chamar-lhe-ia antes inconfidência, em vez de partida. O Vitor, de facto, pelo que já lhe conhecemos, não é homem para puxar dos galões nem muitos menos se gabar dos feitos valorosos em combate... E muito menos ainda paar contra estórias de fanfarronices.

Mas acho que fizeste bem em trazer, até ao nosso blogue, uam cópia desse pequeno pedaço de papel em que se fala do nosso camarada e se louvam as suas capacidades de comando e liderança... "Calma absoluta, clareza e rapidez de decisão", por parte de um comandante, e liderança de "equipas coesas e conscientes da sua missão" eram atributos que, infelizmente, faltavam muito, a todos nós, a começar pelos oficiais, do quadro ou milicianos, que nos comandavam, do ar, da terra e do mar... E, se não chegaram para , só por si, ganhar a guerra, foram de certo decisivos para podermos trazer de volta, até casa, sãos e salvos, muitos dos camaradas que combateram connosco ou sob as nossas ordens... Pensando bem, acho que ele vai ficar agradavelmente surpreendido - e até grato - pelo teu gesto de bom camarada. (LG).

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Nota de L.G.

(1) Vd. post de 14 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1523: Todos portugueses, mas uns mais do que outros ? Expressões micaelenses (Vitor Junqueira)

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