domingo, 21 de janeiro de 2007

Guiné 63/74 - P1451: Tabanca Grande: Vítor Cordeiro, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610/72 (Bissum, 1972/74) - Muitas estórias, muitas saudades dessa terra que aprendi a amar




O Vitor Cordeiro, em 1973, em Dugal (furriel miliciano da 2ª CCAÇ do BCAÇ 4610, 1973/74)) e hoje (professor aposentado e jornalista, residente em Ourém).

Guiné > Região do Oio > Bula > Bissum > 1972 > Vista aérea
Fotos: Vitor Cordeiro (2007). Direitos reservados

1. Mensagem do Vitor Cordeiro, solicitando a sua entrada na nossa tertúlia:

Amigo Luis Graça

Antes de mais, os meus parabéns por este magnífico trabalho.

Sou assíduo leitor (desde que o descobri) dos relatos, histórias, comentários, vivências que nele vão sendo inseridos... e quantas vezes com as lágrimas nos olhos... relembrando com nostalgia os tempos em que, jovem, fui calcorreando os adustos e poeirentos caminhos da Guiné, dia a dia, mês a mês, até perfazer dois anos (e mais qualquer coisa), e assim cumprir o destino que até lá me levou para servir a nação (como então se dizia) na qualidade de combatente das forças armadas.

De lá para cá, tudo quanto à Guiné diga respeito me passou a interessar, e durante muitos anos fui rememorando sozinho a minha passagem por aquela terra que aprendi a amar. Os momentos difíceis (as patrulhas de reconhecimento no mato, os ataques, a fome, o cansaço, a dor, a saudade...) e os momentos bons (as jantaradas no Solar dos Dez, no Pelicano, as bebedeiras na Cervejaria Império, no Café Ronda, no Café Bento - a 5ª Rep -, as escapadelas ao Chez Toi, ao Pilão...), todos eles foram fazendo parte das minhas recordações que, ano após ano, mais se acentuavam e me torturavam na impotência de os poder partilhar com quantos comigo conviveram nestes momentos e com os quais se enraizou uma amizade cimentada pelo sofrimento, pela distância e pela saudade.

No entanto, em 2004, pondo mãos à obra e com a ajuda das novas tecnologias, consegui encontrar quarenta e cinco camaradas da mesma companhia. Com eles e respectivas famílias, o primeiro encontro, em Fátima, constituiu um dos melhores momentos da minha vida, e depois deste mais dois se realizaram. No último (em Aveiro), consegui que comparecesse um faxina da companhia, o Armando Sanhá, à altura com quatorze anos, e que a todos deliciou com a sua presença.

Amigo Luis Graça. Seria um prazer enorme pertencer à vossa tertúlia. Para o caso de assim o entenderes (custa-me o tratamento por tu, mas são as regras...), passo à minha apresentação, tomando a liberdade de enviar três fotos: uma de um dos lugares da Guiné onde esteve a minha Companhia; uma minha do tempo em que era um jovem combatente; e outra, recente.

Nome: Vitor Manuel Maia Cordeiro
Profissão: Professor (na situação de aposentado)
Outras actividades: Director de um semanário local; Director Pedagógico de uma Escola de Ensino Especial.

Situação militar: Furriel Miliciano - Atirador de Infantaria
Mobilizado para a Guiné com partida (de avião) a 18 de Junho de 1972. Regresso (também de avião) a 13 de Julho de 1974.
Pertenci à 2ª CCAÇ do BCAÇ 4610 à qual demos o nome de Os Terríveis (só porque o seu comandante se chamava João Terrível)
Locais por onde passámos:

Cumeré (para tirar a IAO)
Bissum (Região do Oio e junto ao rio Armada)
Cafal Balanta, Cafine e Cobumba (Zona do Tombali, na Mata do Cantanhês e junto ao rio Cumbijã)
Dugal (entre Nhacra e Mansoa e já na fase final da comissão).
Histórias: muitas...

Com um abraço para o Luis Graça e para todos os tertulianos, fico a aguardar notícias.
Vitor Cordeiro


2. Comentário de L.G.:
Vitor: Já me tinhas enviado um mail anterior, este será portanto uma 2ª via... Não o consigo localizar de momento (tenho duas caixas de correio), mas tu não estavas esquecido... Como deves imaginar, o tráfego já é muito... E todas as semanas aparecem novos camaradas.

Fico muito contente por apareceres: és bem vindo!... Cumpriste as regras, vou apresentar-te ao pessoal e dar-te a nossa lista de endereços (amanhã ou depois)... A partir de agora, aparece, com os teus escritos, as tuas estórias, sempre que te apetecer... A caserna é tua, é nossa... Talvez lá mais para a frente nos possamos encontrar aí para os teus lados... Talvez no Pombal... Já fizemos um primeiro encontro em Outubro passado...

Um abraço.
Luís

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